Sábado, 26 de dezembro de 2020

(At 6,8-10; 7,54-59; Sl 30[31]; Mt 10,17-22) 

Santo Estevão.

“Vós sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim será salvo”

Mt 10,22.

“Depois de Pentecostes os apóstolos dirigiram o anúncio da mensagem cristã aos mais próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver integralmente o preceito da caridade fraterna, colocou tudo em comum, repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos. Entre eles sobressaía o jovem Estevão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto zelo e com tamanho sucesso que os judeus ‘chegando de improviso, arrebataram-no e o levaram à presença do Sinédrio. Lá apresentaram falsas testemunhas que depuseram: ‘Este homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a Lei. Ouvimo-lo dizer que Jesus Nazareno destruiria este lugar e modificaria as tradições que Moisés nos legou’. Estevão, como se lê nos Atos dos Apóstolos (cap. 7), cheio de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Por primeiro resumiu a história hebraica de Abrão até Salomão, em seguida afirmou não ter blasfemado nem contra Deus nem contra Moisés, nem contra a Lei, nem contra o Templo. Demonstrou de fato que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, porque ‘dando altos gritos, taparam os ouvidos, precipitaram-se sobre ele, levaram-no para fora da cidade e o apedrejaram’. Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedras, o primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a cruz: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado’. Em 415 a descoberta de suas relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do protomártir foi sempre celebrada imediatamente após as festividades do Natal” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

  Pe. João Bosco Vieira Leite