(At 6,8-10; 7,54-59; Sl 30[31]; Mt 10,17-22)
Santo Estevão.
“Vós sereis odiados
por todos por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim será salvo”
Mt 10,22.
“Depois de
Pentecostes os apóstolos dirigiram o anúncio da mensagem cristã aos mais
próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado da parte das
autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram logo
as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes
retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver
integralmente o preceito da caridade fraterna, colocou tudo em comum,
repartindo diariamente o que era suficiente para o seu sustento. Com o
crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência
diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos. Entre eles sobressaía o
jovem Estevão, que além de exercer as funções de administrador dos bens comuns,
não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez com tanto zelo e com tamanho
sucesso que os judeus ‘chegando de improviso, arrebataram-no e o levaram à
presença do Sinédrio. Lá apresentaram falsas testemunhas que depuseram: ‘Este
homem não cessa de falar contra o lugar santo e contra a Lei. Ouvimo-lo dizer
que Jesus Nazareno destruiria este lugar e modificaria as tradições que Moisés
nos legou’. Estevão, como se lê nos Atos dos Apóstolos (cap. 7), cheio de graça
e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes
de seus adversários. Por primeiro resumiu a história hebraica de Abrão até
Salomão, em seguida afirmou não ter blasfemado nem contra Deus nem contra
Moisés, nem contra a Lei, nem contra o Templo. Demonstrou de fato que Deus se
revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de
Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram
prosseguir no discurso, porque ‘dando altos gritos, taparam os ouvidos,
precipitaram-se sobre ele, levaram-no para fora da cidade e o apedrejaram’.
Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedras, o primeiro mártir
cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo sobre a
cruz: ‘Senhor, não lhes imputes este pecado’. Em 415 a descoberta de suas
relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do protomártir foi
sempre celebrada imediatamente após as festividades do Natal” (Mario Sgarbosa
e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite