Sexta, 4 de dezembro de 2020

(Is 29,17-24; Sl 26[27]; Mt 9,27-31) 

1ª Semana do Advento.

“Partindo Jesus, dois cegos o seguiram gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’” Mt 9,27.

“A cena dos cegos curados por Jesus sintetiza a dinâmica do discípulo cristão. Embora cegos, puseram-se a segui-lo. Não viam, entretanto, tinham um grande desejo de ver. Vivendo na escuridão, queriam contemplar a luz. Incapazes de caminhar com segurança, nutriam o desejo de saber por onde andavam. Ao suplicarem a cura, pediam o dom da luz e da claridade que a fé lhes podia proporcionar. O Mestre percebeu a sinceridade da fé que os movia. Por isso, acolheu-os e atendeu-lhes o pedido. Sem a fé, tudo ficaria impossibilitado. Aliás, nem teriam buscado Jesus com o desejo de ser curados. Se o buscaram, foi porque o reconheciam capaz de dar-lhes um novo sentido para a existência. O encontro transformou-lhes a vida. O gesto de sair e falar de Jesus corresponde à ação missionária do discípulo de falar do Mestre às pessoas, anunciando-o como presença misericordiosa de Deus à humanidade e propondo o discipulado. O cristão, como os cegos, se reconhece como destinatário da bondade do Mestre que lhe abre os olhos, permite-lhe ver a realidade com o olhar de Deus e o envia para anunciar o Reino. A cegueira espiritual é incompatível com o discipulado cristão, pois a vida dos cristãos é feita de contínuos discernimentos para reconhecer a vontade de Deus. – Pai, cura-me da cegueira que me impede de discernir a realidade e reconhecer o teu desígnio para mim e para a humanidade (Jaldemir Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano A] – Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite