(Nm 24,2-7.15-17; Sl 24[25]; Mt 21,23-27)
3ª Semana do Advento.
“Jesus voltou ao
Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos aproximaram-se dele
e perguntaram: ‘Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu tal
autoridade?’” Mt 21,23.
“Jesus acabava de
permitir-se certos atos incomuns no templo: o jubiloso cotejo messiânico com
sua entrada triunfal em Jerusalém, a expulsão do templo dos vendilhões, várias
curas milagrosas. Tudo isto inquietou os discípulos e, mais ainda, os inimigos,
que se encheram de coragem e lhe perguntaram: ‘Com que autoridade fazes isto?’
Essas pessoas pedem contas ao Senhor daquilo que faz, mas não movidas por
sincero desejo de saber de onde procedia o poder de Jesus, mas de fato para
simplesmente saberem como é que o realizava, coisas que elas não podiam fazer.
E por isso Jesus não lhes responde, porque não via sinceridade de coração, com
desejos de aprender a verdade; antes, ao invés, procuravam a oportunidade de
condenar Jesus por suas próprias palavras. Viam, por um lado, que falava no
templo e todas as pessoas e que o fazia ‘como quem tem autoridade’ e, por outro
lado, viam que o povo reconhecia em Jesus a autoridade com a qual falava,
confirmada por suas obras maravilhosas. Os inimigos de Jesus colocá-lo em uma
armadilha, da qual não poderá escapar: se Jesus responde que a autoridade lhe é
dada por ser o Filho de Deus, então eles rasgariam as roupas e o proclamariam
blasfemo. Jesus não responde agora diretamente a essa pergunta, porque já
anteriormente e com clareza suficiente tinha respondido com os seus feitos
prodigiosos, que confirmavam sua divina autoridade. Não tinha repetido com
clareza que era Filho de Deus e que tudo quanto dizia e fazia realizava-o em
nome do Pai celestial? A malícia dos fariseus torna-se evidente, e o Senhor os
desmascara ao coloca-los numa situação de constrangimento que revelaria suas
péssimas intenções. Quando você fala com os que não são de Jesus Cristo, porque
não creem nele nem o aceitam, nem o amam, não se deixe enredar por suas
mentiras e más intenções. Afirme simplesmente a verdade, sua convicção na fé em
Jesus Cristo, e não se oponha a responder às suas perguntas capiciosas e cheias
de intenções distorcidas” (Alfonso Milagro – O Evangelho
meditado para cada dia do ano – Ave- Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite