(Is 30,19-21.23-26; Sl 146[147A]; Mt 9,35—10,1.6-8)
1ª Semana do Advento.
“A lua brilhará como
a luz do sol, e o sol brilhará sete vezes mais, como a luz de sete dias,
no dia em que o
Senhor curar a ferida do seu povo e fizer sarar a lesão de sua chaga” Mt 9,26.
“Com muita
frequência, profetas e salmistas estão a falar das chagas e das feridas do
povo. Isaías olha para o seu país como um todo e tem a impressão de que está
diante de um vasto hospital de indigentes: ‘tudo são chagas, lesões e feridas
recentes não espremidas, nem atadas ou aliviadas com unguento’ (Is 1,6). Não é
outro o quadro que Jesus encontra nos anos de sua vida pública: doenças,
violência e opressão por toda a parte. E Ele conhece as causas: ‘sabeis que os
príncipes das nações as subjugam e os grandes dominam sobre elas’ (Mt 20,25).
Até as elites religiosas (escribas e fariseus) ‘amarram pesadas cargas e as
põem nas costas dos outros e eles nem com o dedo querem tocá-las (Mt 23,4). Tal
quadro – que se repete até hoje nos mínimos detalhes – só pode provocar as
chagas e feridas da fome e da miséria, da ignorância e do analfabetismo, do
alcoolismo e do narcotráfico, da criminalidade e da corrupção moral... Diante
de tanto obscurantismo, ‘o sol da liberdade não pode brilhar no céu da pátria
em raios fúlgidos’. Em céu nenhum; em pátria nenhuma; em nenhum instante! Nem a
lua pode inspirar poetas e namorados. Então, que fazer? – É Tempo de advento,
tempo de espera e preparação. Escutemos o que diz o Senhor: ‘Mas para vós, que temeis
o meu nome, brilhará o sol da justiça que traz a cura em seus raios’ (Ml 3,20).
Entretanto, não podemos esquecer que este sol da justiça exige que também nós
sejamos luz do mundo. – Senhor Jesus, carregaste sobre vós as nossas
enfermidades todas; vossas feridas nos curaram. Fizestes vossa parte. Dai-nos
agora fazer a nossa, a fim de podermos ouvir de vós: ‘Ide em paz; vossa fé vos
curou!’. Amém” (Geraldo de Araújo Lima – Graças a Deus [1995] –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite
