Sexta, 27 de março de 2020


(Sab 2,1.12-22; Sl 33[34]; Jo 7,1-2.10.25-30) 
4ª Semana da Quaresma.

“Eis que fala em público e nada lhe dizem. Será que, na verdade, as autoridades reconheceram que ele é o Messias? ” Jo 7,26.

“Para a comunidade joanina era necessário deixar claro, passo a passo, o caminho que Jesus ia percorrendo. Suas palavras, gestos e ações cada vez mais incomodavam os sacerdotes e fariseus e era conhecida a ameaça que pairava sobre a sua vida. Enquanto o povo buscava Jesus para curar-se e para o entender, os judeus não acreditavam na sua messianidade e buscavam uma forma de colocá-lo em situação embaraçosa, para prejudica-lo e condená-lo à morte. Mas Jesus segue firme e determinado em seu caminho de enviado do Pai e de servidor do seu Reino. Fala livremente e, assim, provoca a divisão entre os que creem e os que buscavam a sua desgraça, embora admitindo que se tratava de alguém ‘diferente’. Apesar do perigo que corria, Jesus não se cala e revela a sua verdade, declara a sua origem, como um profeta que responde a um chamado, que diz sim à vocação que lhe dá o Pai. Tudo isto fazia crescer a oposição das autoridades que o viam com maus olhos esperando o momento certo para decidir a sua morte. Jesus não cedeu às pressões e seguiu proclamando que viera do Pai: ‘Ele é o Filho enviado’. Justamente esta relação com o Pai o faz ser um homem de paz: não teme o desafio porque sua hora não chegara ainda. Retornar ao evangelho, viver ‘uma Igreja pobre e para os pobres’, que busca caminhos novos em sua missão, ainda hoje provoca isolamento, descrédito, repúdio, calúnias. O Evangelho, a Boa Notícia de Jesus continua aborrecendo a muita gente, dentro e fora das igrejas. Testemunhar a palavra de vida pronunciada por Jesus sempre será um caminho de cruz e de feliz ressurreição. – Graças, Senhor, pela fortaleza que nos dá seu santo Espírito, tornando-nos suas fiéis testemunhas, não nos deixando vencer pelo medo de ser mal-entendidos, injustiçados e perseguidos (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite