(Ez 18,21-28; Sl 129[130]; Mt 5,20-26)
1ª Semana da Quaresma.
“Deixa a tua oferta
ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” Mt 5,20-26.
“Não há verdadeiro
ecumenismo sem conversão interna. Pois os anseios de unidade nascem e amadurecem
da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da
caridade. Por isso devemos implorar do Espírito divino a graça da sincera
abnegação, humildade e mansidão no servir, e uma atitude de fraterna
generosidade para com os outros. ‘Portanto – diz o Apóstolo das gentes – eu,
prisioneiro no Senhor, vos rogo que andeis dignos da vocação à qual fostes
chamados, com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns
aos outros em caridade, e esforçando-vos solicitamente por conservar a unidade
do Espírito no vínculo da paz’ (Ef 4,1-3). Esta exortação visa sobretudo
àqueles que foram levados à sagrada ordenação com a intenção de que seja
continuada a missão de Cristo, que entre nós ‘não esteve para ser servido, mas
para servir’ (Mt 20,28). Das culpas, também contra a unidade, vale o testemunho
de São João: ‘Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo de mentiroso e sua
palavra não está em nós’ (1Jo 1,10). Por isso pedimos humildemente perdão a
Deus e aos irmãos separados, assim como também nós perdoamos aos nossos
devedores. Lembrem-se todos os cristãos que tanto melhor promovem e exercem a
união dos cristãos, quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de
acordo com o Evangelho. Pois quanto mais estiverem unidos em comunhão estreita
com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais íntima e facilmente conseguirão
aumentar a mútua fraternidade. Essa conversão do coração e santidade de vida,
juntamente com as súplicas particulares e públicas pela unidade dos cristãos,
devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecumênico e com razão podem ser
chamadas ecumenismo espiritual. É importante para os católicos unir-se
frequentemente naquela oração pela unidade da Igreja que o próprio Salvador
rezou ardentemente ao Pai, na vigília de sua morte: ‘Que todos sejam um’ (Jo
17,21)” (Vaticano II – Decreto sobre o ecumenismo n. 7-8 –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite