Sexta, 06 de março de 2020


(Ez 18,21-28; Sl 129[130]; Mt 5,20-26) 
1ª Semana da Quaresma.

“Deixa a tua oferta ali diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão” Mt 5,20-26.

“Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interna. Pois os anseios de unidade nascem e amadurecem da renovação da mente, da abnegação de si mesmo e da libérrima efusão da caridade. Por isso devemos implorar do Espírito divino a graça da sincera abnegação, humildade e mansidão no servir, e uma atitude de fraterna generosidade para com os outros. ‘Portanto – diz o Apóstolo das gentes – eu, prisioneiro no Senhor, vos rogo que andeis dignos da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros em caridade, e esforçando-vos solicitamente por conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz’ (Ef 4,1-3). Esta exortação visa sobretudo àqueles que foram levados à sagrada ordenação com a intenção de que seja continuada a missão de Cristo, que entre nós ‘não esteve para ser servido, mas para servir’ (Mt 20,28). Das culpas, também contra a unidade, vale o testemunho de São João: ‘Se dissermos que não temos pecado, fazemo-lo de mentiroso e sua palavra não está em nós’ (1Jo 1,10). Por isso pedimos humildemente perdão a Deus e aos irmãos separados, assim como também nós perdoamos aos nossos devedores. Lembrem-se todos os cristãos que tanto melhor promovem e exercem a união dos cristãos, quanto mais se esforçarem por levar uma vida mais pura, de acordo com o Evangelho. Pois quanto mais estiverem unidos em comunhão estreita com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais íntima e facilmente conseguirão aumentar a mútua fraternidade. Essa conversão do coração e santidade de vida, juntamente com as súplicas particulares e públicas pela unidade dos cristãos, devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecumênico e com razão podem ser chamadas ecumenismo espiritual. É importante para os católicos unir-se frequentemente naquela oração pela unidade da Igreja que o próprio Salvador rezou ardentemente ao Pai, na vigília de sua morte: ‘Que todos sejam um’ (Jo 17,21)” (Vaticano II – Decreto sobre o ecumenismo n. 7-8 – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite