Quinta, 26 de março de 2020


(Ex 32,7-14; Sl 105[106]; Jo 5,31-47) 
4ª Semana da Quaresma.

“E também o Pai que me enviou dá testemunho a meu favor” Jo5,37a.

“A questão que se colocava era a legitimidade da pessoa e a função de Jesus. Seria ele realmente o Cristo, o Filho de Deus, que iria redimir a humanidade, ou era apenas um impostor, convincente, eficiente, mas de qualquer forma, apenas um impostor? Diante dessa dúvida cabia agora a Jesus apresentar a prova. Essa, de certo modo, já tinha sido fornecida por João, que em alto e bom som, afirmou: eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Jesus, no entanto, não se vale dessa prova por considera-la pequena diante da que dispunha, a do testemunho do próprio Deus, a quem chamava de Pai. De que modo essa prova trabalhava a favor de Jesus, já que apelava para as obras que fazia? Em primeiro lugar, porque eram obras de poder. Transformar água em vinho, multiplicar pães, acalmar tempestade, purificar leprosos, ressuscitar mortos – que ser humano poderia fazer igual? E não havia quem pudesse negar a autenticidade de tais milagres. Os olhos viam e as bocas levavam a notícia para todas as partes. Em segundo lugar, as obras que fazia representavam um testemunho de Deus porque eram obras de amor. Fosse Jesus um mágico a fazer truques nas feiras, ou um trapezista a fazer piruetas do alto do pináculo do templo, tudo bem, teríamos então um excepcional artista. Mas não, tudo o que fez, fez para o bem, fez com amor, a saber, com a natureza daquele ser do qual se diz com toda a propriedade que é amor. Sendo assim, tem validade esse testemunho. – Senhor Jesus, creio em ti porque fizeste em mim e para mim as obras do Pai. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite