(At 11,21-26; 13,1-3; Sl 97[98]; Mt 10,7-13)
São Barnabé, apóstolo.
“Em vosso caminho
anunciai: ‘O reino dos céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os
mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de
graça deveis dar!” Mt 10,7-8.
“A tarefa confiada
aos discípulos reflete a missão que Jesus mesmo cumpriu. Os discípulos anunciam
a mesma mensagem que Jesus: ‘O reinado dos céus se aproximou’ (10,7). Falta
apenas o apelo à conversão, pois, sendo discípulos, necessitam eles mesmos da
conversão. Jesus manda os discípulos curarem os doentes como ele próprio fez,
ressuscitar os mortos, purificar leprosos e expulsar demônios (10,8). Devem
fazer aquilo que Mateus relatou sobre Jesus no capítulo 8 e 9, anunciando não
apenas a palavra do reino de Deus, mas curando também os doentes. Nas curas de
Jesus, Mateus vê a realização das palavras do profeta Isaías: ‘Foi ele quem
levou as nossas enfermidades e carregou sobre si as nossas doenças’ (Is 53,4;
Mt 8,17). Como Jesus carregou as enfermidades dos homens, também os discípulos
devem curar as doenças em seu nome. Já os Padres da Igreja se viram em
dificuldades com essa frase, porque eles sabiam que não eram taumaturgos, mas
homens que necessitavam de cura eles próprios. Nem por isso devemos essa ordem
de Jesus. A cura das almas para a qual Jesus nos envia deve ser uma cura
terapêutica. Curar doentes não significa necessariamente que os doentes devam
ficar sãos em seu corpo. Nossa mensagem e o tratamento que lhes damos devem
lhes servir de auxílio e consolo, de modo que consigam aceitar a sua doença e
se abram para Deus. Muitas pessoas estão mortas também hoje em dia. Elas
funcionam e vivem agitadas, mas internamente estão mortas. Como cristãos temos
a missão de ressuscitar os mortos, para que voltem a viver, para que tenham uma
sensação em si próprios, para que entrem em contato com sua alma, para que a
vida flua novamente neles. Purificar os leprosos significa dizer que devemos
transmitir às pessoas a ideia: ‘Você é bem-vindo. Você é aceito sem ressalvas.
É bom que você existe. Você é bom da maneira que você é’. E expulsar demônios
significa livrar as pessoas de modos de vida que as fazem ficar doentes, de
imagens de Deus e de projeções que são lançadas sobre elas por outros e que
acabam turvando a imagem que Deus teve dos Homens” (Anselm Grun
– Jesus: mestre da salvação – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite