Quarta, 5 de maio de 2019


(At 20,28-38; Sl 67[68]; Jo 17,11-19) 
7ª Semana da Páscoa.

“Agora, eu vou para junto de ti e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si minha alegria plenamente realizada” Jo 17,13.

“A alegria plena é estar em comunhão com Deus. Mas com que deus? Com um deus distante e alheio à humanidade? Que espera como burocrata por sacrifícios e gestos positivos que nos rendam méritos para então se dignar nos considerar? Não. Mas um Deus tão próximo da humanidade que faz questão de utilizar nossas mãos para a construção de seu Reino de justiça. Um Deus tão íntimo do homem e da mulher que escolheu para si uma família, que quis nascer e crescer como todo ser humano normal, enfrentar as dificuldades de qualquer pessoa, em sua fragilidade trabalhar para o sustento, alegrar-se com sua família e seus amigos, chorar pela dor da separação de seus amados, mesmo sendo Ele mesmo a própria Ressurreição e a Vida. Alegria plena é concordar nossa vida com esse Deus que se manifesta no rosto do irmão, e de modo especial no irmão marginalizado, pobre e perseguido. Jesus volta ao Pai, mas jamais nos abandona, continua em comunhão com a humanidade assumida plenamente por Ele, de forma a mostrar o fracasso do pecado, a ruína da morte e o fim do desespero. Deus é a fonte, a origem e o fim de todas as coisas. Em Jesus, nossa humanidade não só provém, mas tende ao Pai, de modo natural, gratuito e belo. Tantas coisas faladas por Jesus que apontam para o mesmo projeto: a construção já aqui desse Reino de Comunhão, de mais justiça, de paz e harmonia, verdadeira fraternidade entre os homens e toda a criação. Amor, caridade, misericórdia, compaixão... Jesus não se cansava de repetir, entre gestos e palavras, entre o exemplo e admoestação... Estar em comunhão com Deus, ser feliz e realizado é ser capaz de amar, perdoar, servir... – Sabemos, Pai, que estás sempre conosco, pois Tu és a própria comunhão. Dá-nos amar tanto tua obra e venerar teu projeto de salvação engajando-nos fielmente na prática da caridade, na luta pela justiça e na construção da paz. Amém!” (Clauzemir Makximovitz – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).  

Pe. João Bosco Vieira Leite