Sábado, 29 de junho de 2019


(Is 61,9-11; Sl [1Sm 2]; Lc 2,41-51) 
Imaculado Coração de Maria.

“Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa” Lc 2,41.

“Os textos da memória litúrgica convergem naturalmente para o coração de Maria, perfeitamente iluminado pelo mistério de Cristo. Lucas menciona duas vezes o coração de Maria: a primeira em relação com Belém (Lc 2,19), a segunda com Jerusalém, no contexto da perda e do reencontro de Jesus (Lc 2,51). Entre estas duas cidades desenrola-se o caminho terreno de Cristo, do nascimento à morte, atrás dele, o caminho dos seus discípulos, a primeira dos quais é sua mãe. Na realidade, enquanto por um lado o reencontro de Jesus, ocorrido no contexto de uma festa pascal, fecha o evangelho da infância, por outro, evoca a morte-ressurreição. Já a tradição patrística interpretou este episódio como o anúncio velado do que aconteceria no mistério pascal. O que experimentaram Maria e José não é outra coisa senão a longínqua parábola da sorte que caberia aos discípulos: Jesus teria sido retirado do meio deles até o grande reencontro do ‘terceiro dia’. O caminho rumo a Jerusalém é a imagem do caminho de fé, vivida por Maria no seu coração. Os pais alimentam sempre projetos com relação aos filhos: com doze anos Jesus entra responsavelmente na sociedade cultural e social do povo da Aliança. O que fará quando crescer? Que estrada sugerir-lhe? Provavelmente eram estes os pensamentos que circulavam na cabeça de Maria. Mas... Jesus deve realizar o projeto do Pai, aquele pelo qual nasceu. E Jerusalém, mencionada três vezes por Lucas no raio de poucas linhas, aparece como a chave secreta que desvela tal projeto. Jesus, de fato, permanece na cidade santa, no templo: o seu coração está na lei de Deus! Jerusalém é a meta rumo à qual caminha em total obediência à vontade do Pai e, atrás dele, deve caminhar também sua Mãe e todo discípulo” (Corrado Maggioni – Maria na Igreja em Oração – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite