1. Na celebração da Ascensão do Senhor,
o texto da 1ª leitura é sempre o mesmo, uma recordação do fato, a 2ª leitura
trabalho o aspecto teológico/espiritual, enquanto a narrativa do evangelho traz
algum elemento próprio do evangelista do ano.
2. A 1ª leitura nos traz a recordação
desse momento como um divisor de águas, de uma mudança significativa, tanto que
o número 40 aparece na narrativa como um período necessário de preparação dos
discípulos para a missão que virá.
3. Jesus apenas se esconde aos olhos
dos apóstolos, e também aos nossos, e assim está mais perto do que nunca.
Continuará presente por Seu Espírito a guiar os caminhos da Igreja e da
história humana até o seu retorno e até a elevação de nossa condição humana à
Sua condição.
4. Um canto que exaltava a realeza de
Deus sobre toda a terra é aqui aplicado a Jesus, que volta ao seio da Trindade,
carregado de nossa humanidade, assim não precisamos temê-lo.
5. Paulo nos quer conduzir no
reconhecimento desse mistério. Ele reza pela Igreja de Éfeso, para que
contemplem o mistério de Jesus e alimentem a esperança daquilo que, em Jesus,
somos chamados a viver. Não como uma fuga das realidades, mas o coroamento de
um caminho.
6. Lucas deu à narrativa da Ascensão em
seu evangelho um significado diferente. Como aos discípulos de Emaús, ele situa
o que lhe aconteceu nas Escrituras, dando assim uma dinâmica cristã à leitura
do Antigo Testamento.
7. Essa realidade agora compreendida no
plano salvífico deve ser levada a todos os povos, para que se abram a essa
dinâmica da ressurreição e do perdão divino. Para essa missão eles precisarão
da luz e da força do Espírito Santo.
8. É a Igreja, como Seu corpo, que
estenderá essa Sua presença atuando pela Palavra e pelos Sacramentos. Para além
dessas realidades sagradas está o cotidiano da existência na qual Ele se insere
e se confunde nos pobres e marginalizados, desafiando-nos a uma proximidade
diferente.
9. Assim Lucas conclui o seu Evangelho
de maneira solene e litúrgica, como iniciou. Sob a bênção de Jesus eles
retornam a Jerusalém e ao Templo. Daqui partirão, na alegria, para levar a
Boa-Nova a todos os povos.
10. Próximo domingo celebraremos essa
presença do Espírito Santo que atualiza Sua presença entre nós insuflando
confiança de vivermos a nossa filiação nessa ‘alegria’ interna que ninguém nos
poderá tirar. Amém.
Pe. João Bosco Vieira Leite