Quinta, 24 de janeiro de 2019

(Hb 7,25—8,6; Sl 39[40]; Mc 3,7-12) 
2ª Semana do Tempo Comum.

“O Evangelho de Marcos é o mais original. Está mais próximo dos acontecimentos em torno de Jesus também sob o ponto de vista cronológico. Por isso encontramos nele o Jesus histórico de forma menos encoberta. Marcos foi o primeiro a lançar no papel a tradição a respeito de Jesus. Em oposição a uma tradição interpretativa que focalizava sobretudo a interpretação teológica de Marcos (a assim chamada escola histórica-redacional), há exegetas modernos (como, por exemplo, Rudolf Pesch) que destacam a importância do primeiro evangelho para a investigação histórica de Jesus de Nazaré. A figura do Jesus histórico aparece em Marcos com maior nitidez. Seu evangelho nos descreve a história de Jesus. Mas ele não se limita a conservar simplesmente essa história de Jesus, ela é também interpretada. Rudolf Pesch observa, porém, que Marcos teve uma atitude conservadora diante da tradição preexistente. É essa proximidade da tradição mais antiga que reveste o evangelho de Marcos de um encanto especial” (Anselm Grun – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola)

“Com efeito, Jesus tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se sobre ele para tocá-lo” Mc 3,10.

“Minha mãe sempre ensinou que em um relacionamento ninguém vigia ninguém, ninguém controla ninguém. Relacionamentos sadios só existem quando as pessoas escolhem livremente estar juntas, e fazem esta escolha novamente a cada manhã. Pode haver escolhas erradas? Sim, somos humanos. E estas podem ser corrigidas? Claro que sim! Afinal de contas, nem tudo que parece bom o é de verdade. Mas seja como for, relacionamento é sempre uma escolha e escolhas precisam ser renovadas. Portanto, se você está em um bom relacionamento, reeleja sempre seu(sua) companheiro(a) e seja feliz, pois este é o objetivo da vida! Era assim o relacionamento das pessoas com Jesus? Lamentavelmente, não. A maioria das pessoas que se relacionava com o Mestre era por interesse: um queria comida, outro cura física e outros alívio ‘de algum mal’. É claro que Jesus atendia boa parte dessa gente, mas ele sabia que o motivo deles não era correto, não era o melhor. E quem saia prejudicado nesse relacionamento? Sempre o pedinte. Por que? Porque deixava, muitas vezes, a oportunidade de ter o Abençoador para ficar somente com a bênção. Ainda é assim hoje, muita gente lota igrejas em busca de uma graça, mas se esquece completamente do Agraciador. Quem busca só a graça tem-na de forma passageira; quem busca a fonte tem-na de forma perene. Foi assim que Jesus ensinou à mulher de Samaria: ‘Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede’ (Jo 4,13-14). Se temos, pela fé, um relacionamento com Jesus, precisamos reelegê-lo em cada dia de nossas vidas, para que essa relação não se desgaste e não esfrie. Estamos dispostos?  - Senhor Jesus, obrigado por me acolheres, apesar de eu às vezes falhar contigo. Perdoa-me e renova o nosso relacionamento para que eu, ao te seguir, possa servir também ao próximo. Amém (Sandro Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia (2015) – Vozes).


Pe. João Bosco Vieira Leite