2ª Semana do Tempo Comum.
“O Evangelho de
Marcos é o mais original. Está mais próximo dos acontecimentos em torno de
Jesus também sob o ponto de vista cronológico. Por isso encontramos nele o
Jesus histórico de forma menos encoberta. Marcos foi o primeiro a lançar no
papel a tradição a respeito de Jesus. Em oposição a uma tradição interpretativa
que focalizava sobretudo a interpretação teológica de Marcos (a assim chamada
escola histórica-redacional), há exegetas modernos (como, por exemplo, Rudolf
Pesch) que destacam a importância do primeiro evangelho para a investigação
histórica de Jesus de Nazaré. A figura do Jesus histórico aparece em Marcos com
maior nitidez. Seu evangelho nos descreve a história de Jesus. Mas ele não se
limita a conservar simplesmente essa história de Jesus, ela é também
interpretada. Rudolf Pesch observa, porém, que Marcos teve uma atitude
conservadora diante da tradição preexistente. É essa proximidade da tradição
mais antiga que reveste o evangelho de Marcos de um encanto especial” (Anselm Grun
– Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola)
“Com efeito, Jesus
tinha curado muitas pessoas, e todos os que sofriam de algum mal jogavam-se
sobre ele para tocá-lo” Mc 3,10.
“Minha mãe sempre
ensinou que em um relacionamento ninguém vigia ninguém, ninguém controla
ninguém. Relacionamentos sadios só existem quando as pessoas escolhem
livremente estar juntas, e fazem esta escolha novamente a cada manhã. Pode
haver escolhas erradas? Sim, somos humanos. E estas podem ser corrigidas? Claro
que sim! Afinal de contas, nem tudo que parece bom o é de verdade. Mas seja
como for, relacionamento é sempre uma escolha e escolhas precisam ser
renovadas. Portanto, se você está em um bom relacionamento, reeleja sempre
seu(sua) companheiro(a) e seja feliz, pois este é o objetivo da vida! Era assim
o relacionamento das pessoas com Jesus? Lamentavelmente, não. A maioria das
pessoas que se relacionava com o Mestre era por interesse: um queria comida,
outro cura física e outros alívio ‘de algum mal’. É claro que Jesus atendia boa
parte dessa gente, mas ele sabia que o motivo deles não era correto, não era o
melhor. E quem saia prejudicado nesse relacionamento? Sempre o pedinte. Por
que? Porque deixava, muitas vezes, a oportunidade de ter o Abençoador para
ficar somente com a bênção. Ainda é assim hoje, muita gente lota igrejas em
busca de uma graça, mas se esquece completamente do Agraciador. Quem busca só a
graça tem-na de forma passageira; quem busca a fonte tem-na de forma perene.
Foi assim que Jesus ensinou à mulher de Samaria: ‘Quem beber desta água tornará
a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede’ (Jo 4,13-14). Se temos, pela fé, um relacionamento com Jesus, precisamos
reelegê-lo em cada dia de nossas vidas, para que essa relação não se desgaste e
não esfrie. Estamos dispostos? - Senhor Jesus, obrigado por me
acolheres, apesar de eu às vezes falhar contigo. Perdoa-me e renova o nosso
relacionamento para que eu, ao te seguir, possa servir também ao próximo. Amém” (Sandro
Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia (2015) –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite