(Is 60,1-6; Sl 71[72]; Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12)
1. A festa da Epifania, do grego:
‘manifestação da divindade’, é popularmente conhecida como festa de Reis, que
nesse domingo cai em seu dia próprio. A manifestação da salvação de Deus em
Jesus Cristo é a ideia principal da nossa liturgia da Palavra.
2. Os três textos estão em perfeita
unidade e dinâmica ascendente para encontrarmos essa salvação de Deus em Cristo
Jesus.
3. A visão de Isaías tem um caráter
universalista, nesse amanhecer que traz consigo a glória sobre Jerusalém,
apresentada como centro de atração para todos os povos. A imagem se reflete
sobre o evangelho na figura dos magos que se conduzem por uma nova luz, até
Belém.
4. Paulo tem presente a grandeza da
realização das promessas divinas, pois em Jesus todos os povos passam a fazer
parte de um único corpo ou da paternidade única revelada por Jesus.
5. Uma salvação que é oferecida a todos
tem sua aceitação ou recusa. Assim se desenha o contraste entre os Magos que se
deixam iluminar e a cegueira dos judeus. Mateus confirma aquilo que ouvimos no
prólogo de São João no dia de Natal: A luz veio para os seus, mas os seus não a
acolheram.
6. Por trás do nosso evangelho está a
situação de sempre: uma humanidade inquieta que se interroga sobre Deus e outra
que o busca pela prática do bem, da verdade, da justiça, da liberdade, como os
nossos magos.
7. A pergunta dos magos, de todos que
não são cristãos, a nós que nos dizemos cristãos, é sobre justamente onde está
o menino que acaba de nascer. É uma pergunta de caráter existencial, pois toca
aquilo que nos tornamos por causa da fé em Jesus.
8. Afirma o Concílio Vaticano sobre os
cristãos: “Às vezes, com as suas atitudes e condutas, escondem mais do que
revelam o genuíno rosto de Deus” (GS 19). O nosso cristianismo falha por não
ser uma manifestação do próprio Jesus no seu modo de ser e viver.
9. Se nos dizemos cristãos, sal e luz
do mundo, compreendemos que o rosto e a presença de Cristo atravessa o nosso
agir. Para aqueles que procuram Deus, não são mais as estrelas o indicativo,
mas aqueles e aquelas que dizem acreditar em Jesus e na força de sua palavra.
10. “Se os de fora não veem os
discípulos de Jesus nesta linha, mas antes encerrados num pietismo egoísta, em
secretas rivalidades, na mentira radical de um cumpro-e-minto, sem viver o que
é a chave de tudo: o amor que o Senhor nos mandou, como será possível hoje a
‘manifestação de Deus?’” (B. Caballero – A Palavra de cada Domingo –
Paulus).
Pe. João Bosco Vieira
Leite