(Is 62,1-5; Sl 95[96]; 1Cor 12,4-11; Jo 2,1-11).
1. A nossa 1ª leitura é parte de
um poema que canta a reconstrução de Jerusalém; uma espécie de declaração de
amor da parte de Deus. Por trás do texto está a imagem simbólica do matrimônio,
do amor e da alegria de Deus por Jerusalém. Assim já podemos compreender parte
do simbolismo em que se insere a narrativa do evangelho.
* O amor universalista de nosso Deus se
expressa em Jesus, o verdadeiro esposo da humanidade.
2. A 2ª leitura é uma resposta de Paulo
sobre os dons ou carismas do Espírito na Igreja. Num complexo de unidade e
utilidade, ele elenca algumas experiências já vivenciadas por alguns membros
antes de se tornarem cristãos, ao tempo que orienta para o uso dos mesmos numa
dinâmica cristã, como veremos mais adiante.
3. O evangelista João apresenta Jesus,
terceiro momento de epifania em nossa liturgia, a partir de alguns sinais que
realiza, mais que simples milagres, aqui se esconde sua pessoa e sua missão.
Esse 1º sinal revela que Jesus é o Messias esperado, suscitando a fé dos
discípulos.
4. O texto não nos diz qual a relação
de Maria com os noivos, mas ela já estava lá quando Jesus chega. Como aquela
que precede, espera. João nunca a chama de ‘Mãe’ ou ‘Maria’, ela é a ‘Mulher’,
talvez fazendo uma referência a antiga mulher do Gênesis, apresentada sobre
nova roupagem e atitude.
5. Segundo João, é ela que provoca o
milagre que vai de encontro a uma necessidade dos esposos. Assim Maria é
colocada no centro de uma narrativa que manifesta a revelação de Jesus, do
mesmo modo que estará ao pé da cruz, junto ao Filho no desenlace final.
6. Ela pede aos serventes, como a nós,
o desafio da obediência a uma palavra transformadora. Mas o que interessa ao
nosso evangelista é que os discípulos são conduzidos a uma fé plena em Jesus,
oxalá também nós, pois Ele veio salvar todo aquele que nele crer.
7. A fé é o acolhimento de Jesus que se
vai revelando nos acontecimentos diários da vida. A transformação da água em
vinho significa que Jesus pode transformar/modificar/transfigurar as realidades
cotidianas em sinais de salvação.
8. Como aos seus discípulos de ontem,
ele nos convida a uma atitude se seguimento, de caminhar com Ele até a Cruz e a
ressurreição final. Tudo isso pode e deve ser realizado na docilidade ao
Espírito, como nos fala Paulo.
Pe. João Bosco Vieira Leite