(Hb 2,14-18; Sl 104[105]; Mc 1,29-39)
1ª Semana do Tempo Comum.
“Pois, afinal, não
veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão” Hb 2,16.
“O Deus de Jesus
Cristo é o Deus que ama o ser humano. Tanto que assumiu a nossa carne e
confundiu-se com o nosso jeito de ser. Apareceu entre nós como igual a nós e,
por isso, salvou-nos. Engraçou-se de nós e nos auxiliou, levantando-nos das
mais profundas misérias que é o pecado. Ao defender seus irmãos e irmãs, Jesus
Cristo estará tomando partido pelos descendentes de Abraão, pela parte feita de
húmus. E o que se torna mais interessante nessa relação é que Ele também é
constituído de húmus, de fragilidade, ‘vestindo-se’ de um de nós. A sua
natureza é também a nossa. Por isso, ele pode ser o nosso verdadeiro advogado
junto de Deus. Os anjos não necessitam de salvação. Quem necessita de salvação
somos nós, os seres humanos. E é justamente aqui que encontramos o nervo
central do plano misericordioso de Deus. Ele não nos salva de fora da nossa
história, sentado no seu trono glorioso a olhar de longe a nossa vida. Mas Ele
entra na nossa história, entra na nossa vida, entra na nossa casa, come a nossa
comida, bebe a nossa bebida, recebe um rosto humano e age tal como um de nossa
raça. Em Jesus, Deus se dá a conhecer no ser humano e na sua condição de
fraqueza, caducidade e mortalidade. E assim os cristãos proclamam a mais
desconcertante novidade: a Palavra viva, o próprio Deus, se fez limitação e
fraqueza humana. No homem empoeirado Jesus de Nazaré, fraco, cansado e
limitado, encontramos o Deus- salvador, a Palavra encarnada que se dá a
conhecer para nos salvar (Alfonso Garcia Rubio). Eis a grande relação de amor e
de misericórdia de Deus em favor da nossa pequenez. – Deus
misericordioso e compassivo, obrigado por teres um corpo igual ao nosso e assim
poderes nos salvar. Amém!” (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações
para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite