Terça, 4 de dezembro de 2018


(Is 11,1-10; Sl 71[72]; Lc 10,21-24) 
1ª Semana do Advento.

“Mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios” Is 11,4.
“Como todos nós (infelizmente), Isaías viveu numa época muito conturbada, marcada pelo luxo da classe dominante e pela exploração dos pobres. A degradação moral, política e econômica era tanta que ele enxergava o seu país (Judá) do mesmo modo que nós enxergamos o nosso Brasil hoje: ‘Toda a cabeça está doente, e todo o coração enfermo; desde a planta dos pés até a cabeça, não há nele nada de são’ (Is 1,5-6); ‘quando estendeis vossas mãos, escondo os meus olhos para não vê-las: vossas mãos estão cheias de sangue!’ (1,15). Mas o profeta vê longo...Há uma saída, uma esperança, uma solução. Aliás, sempre haverá saída, esperança e solução, porque Deus existe e é nosso Pai. E mais do que Pai, é mãe: ‘mesmo que alguma mãe esquecesse o filho de suas entranhas, eu não te esquecerei’ (49,15). Esta solução se chama Emanuel – Deus conosco. Ele nascerá de uma virgem (7,14), ‘por isso será chamado filho de Deus’ (Lc 1,35). Tem um projeto bem elaborado para a humanidade: se todos procurarem revestir-se do Espírito de Deus, imbuir-se do seu conhecimento e trilhar suas veredas, o paraíso terrestre se tornará realidade. Desaparecerão a violência e a opressão. A harmonia será universal: o lobo habitará com o cordeiro (11,6); ‘uma nação não levantará a espada contra outra e não se adestrarão mais para guerra’ (2,4). Devaneio? Utopia? Não: profecia! Cabe a nós realiza-la. Executando fielmente o projeto do Emanuel. Para isto tais palavras estão escritas na Bíblia. E não só na Bíblia: também na parede do imponente edifício-sede da ONU, em Nova York. – Senhor, hoje como ontem os pobres e pequenos continuam sem voz e sem vez. E Isaías continua clamando no deserto. Mas o deserto é fértil... Ajudai-nos a transformá-lo em paraíso! Amém (Geraldo Araújo Lima – Graças a Deus (1995) – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite