(Is 2,1-5; Sl 121[122]; Mt 8,5-11)
1ª Semana do Advento.
“Quando ouviu isso,
Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: ‘Em verdade vos digo, nunca
encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé’” Mt 8,10.
“Ieschuá, examina e
mede, pesa a convicção, a intuição daqueles que vêm a ele para pedir curas.
Esta convicção funda-se em experiência anterior. Mas, em cada caso particular,
ela espera uma nova verificação. Pode comportar certa dúvida, inquietação. É
uma indução em que se pergunta se o caso presente vai verificar a regra que
parecia estabelecida pelas experiências anteriores. Se não houver dúvida,
nenhum hesitação, Ieschuá diz que a fé é grande a age em consequência. Quando
verifica nos homens e nas mulheres esta ‘pistis’, esta fé, que é confiança
nele, fundada no discernimento intuitivo daquilo que ele é, na compreensão
profunda daquilo que ele é, compreensão fundada na experiência que ele
constitui por seus atos, sua pessoa e seu ensinamento, - Ieschuá diz com
frequência: ‘Teus pecados te são perdoados’. Por que diz isso? Parece-nos que
ele o diz porque este conhecimento daquilo que ele é, esta inteligência, este
discernimento que é a fé no sentido evangélico do termo, é ela mesma o sinal e
a manifestação de uma renovação interior, de certo esboço de santidade. Esta
inteligência não é possível sem uma orientação sadia e santa da liberdade e da
vontade. A inteligência e a vontade não são dissociáveis. Há um mérito nesta
inteligência que é a fé, do mesmo modo que, segundo o Evangelho, há um pecado
nesta inteligência que é a incredulidade, proveniente, diz Ieschuá, de um
endurecimento do coração” (Cl. Tresmontant – O Ensinamento de
Ieschuá de Nazaré – Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite