2º Domingo do Advento – Ano C

(Br 5,1-9; Sl 125[126]; Fl 1,4-6.8-11; Lc 3,1-6).

1. De modo poético, Baruc, uma espécie de secretário de Jeremias, nos fala da esperança messiânica, num convite a Jerusalém a colocar-se de pé, vendo a ela voltar os filhos que foram exilados. Um olhar que se estende pelo salmo que segue, cantando a bondade do Senhor que conduziu seu povo de volta ao lar.

2. O mesmo tom de alegria se derrama sobre a 2ª leitura escutando Paulo ao se dirigir aos filipenses em sua gratidão pela abertura o evangelho por ele pregado. Que lhe resta se não pedir a Deus que os mantenha firmes e os faça crescer na fé?

3. Lucas faz questão de situar histórica e geograficamente o início da pregação do Batista trazendo à tona o valor simbólico do deserto, o lugar do êxodo em vários momentos da história de Israel, para proclamar a necessidade de preparar os caminhos para chegada de Jesus.

4. Também nos é possível vislumbrar ou deserto no qual nós vivemos ou sobrevivemos, “feito de palavras e coisas vazias, superficiais, de imagens sem espessura nem substância. Nessa aridez o cristão deve descobrir poços novos e cada vez mais profundos de água” (Giuseppe Casarim – Lecionário Comentado – Paulus).

5. Por trás de suas palavras se escondem a alegria e a esperança no Senhor que faz novas todas as coisas. Assim compreendemos sua perfeita relação com o texto do Antigo Testamento, em suas palavras de esperança para um povo deprimido e já cansado de acreditar.

6. Também nós devemos fazer um esforço em cavar novas fontes em meio ao deserto em que vivemos, no difícil solo do egoísmo e da violência que nos rodeia. Perseverar, como os filipenses, na consciência de fazer o nosso melhor, enquanto o Senhor não chega de modo definitivo.

 Pe. João Bosco Vieira Leite