Terça, 11 de dezembro de 2018


(Is 40,1-11; Sl 95[96]; Mt 18,12-14) 
2ª Semana do Advento.

“Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas e uma delas se perde, não deixa as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu?” Mt 18,12.

“Não faz muito tempo, uma senhora francesa ‘desafogou-se’ nas colunas de um jornal: ‘Compreendo os padres que deixam a ovelha fiel para ir em busca das noventa e nove que se extraviaram. Mas, no voltar, o pastor, não poderia, ao menos, brindar com um sorriso aquela que ficou no redil? Um sorriso que quereria dizer: ‘Tu estás aqui: amo-te muito e não te esqueço’. Sorriso que reconfortaria e ajudaria a suportar as próprias aflições. De fato, apesar das aparências em contrário, esta ovelha que pode parecer satisfeita, tem necessidade do pastor. Sofre ao ver-se abandonada. Custaria tão pouco. Um sorriso. Mas seria tudo’. Gostaria de responder a esta senhora atormentada: e seria fidelidade, esta? Por acaso, seria fidelidade permanecer naquelas condições, enquanto as noventa e nove estão extraviadas (também por culpa nossa)? Enquanto que o pastor trilha todos os caminhos e examina todos os espinheiros buscando-as? Não tenha dúvidas de que o pastor lhe dará um sorriso, não quando a verá na volta, no quentinho protegido do redil, mas quando a encontrar ao seu lado, empenhada na mesma aventura da busca, comprometida no mesmo risco da recuperação. Não digamos isso aos filósofos e aos teólogos porque eles imediatamente exigiriam explicações. Digamo-lo só entre nós. O nosso Deus, se o pecador converter-se, faz festa no céu. Deixemos o irmão mais velho que fique remoendo seu azedume. Não o digamos aos fariseus, porque isto não está previsto em seus áridos códigos. Ser cristão quer dizer esforçar-se de mil maneiras para aumentar a indescritível festa de Deus. O permanecer no seguro, em certos casos, pode tornar-se um pecado” (A. Pronzato – Evangelhos que Incomodam – Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite