(1Rs 19,9.11-16; Sl 26[27]; Mt 5,27-32)
10ª Semana do Tempo Comum.
“Se teu olho direito
é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti!” Mt 5,29a.
“Quando
Jesus diz que devemos arrancar o olho direito, quando este é motivo de
tentação, ou que devemos cortar a mão direita, certamente não está querendo
incentivar atos de automutilação, que aliás eram proibidos entre os judeus, e
nesse ponto Jesus certamente pensava como um judeu. O olho direito é a
instância que tudo julga e avalia, que tudo quer possuir e invadir, que tudo
expõe e divulga. A mão direita é aquela que tudo se apodera, que quer ‘fazer’
tudo, que acha que pode realizar tudo o quer também internamente. Esse lado
consciente precisa ser podado para que o lado esquerdo, o inconsciente, também
possa prevalecer. O olho esquerdo é aquele que ainda consegue pasmar-se, que
observa sem julgar, que se funde com o observado. A mão esquerda é a mão que
recebe, que se raciona. Quem vive de modo unilateral, apenas a partir do seu
lado consciente, abandona-se desde logo no inferno de suas necessidades e
forças inconscientes que o dilaceram. Todas as palavras de Jesus são palavras
que nos convidam à vida, procurando preservar-nos de uma vida uni lateral e
autodestrutiva” (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação –
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite