Sexta, 15 de junho de 2018


(1Rs 19,9.11-16; Sl 26[27]; Mt 5,27-32) 
10ª Semana do Tempo Comum.

“Se teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti!” Mt 5,29a.
                
“Quando Jesus diz que devemos arrancar o olho direito, quando este é motivo de tentação, ou que devemos cortar a mão direita, certamente não está querendo incentivar atos de automutilação, que aliás eram proibidos entre os judeus, e nesse ponto Jesus certamente pensava como um judeu. O olho direito é a instância que tudo julga e avalia, que tudo quer possuir e invadir, que tudo expõe e divulga. A mão direita é aquela que tudo se apodera, que quer ‘fazer’ tudo, que acha que pode realizar tudo o quer também internamente. Esse lado consciente precisa ser podado para que o lado esquerdo, o inconsciente, também possa prevalecer. O olho esquerdo é aquele que ainda consegue pasmar-se, que observa sem julgar, que se funde com o observado. A mão esquerda é a mão que recebe, que se raciona. Quem vive de modo unilateral, apenas a partir do seu lado consciente, abandona-se desde logo no inferno de suas necessidades e forças inconscientes que o dilaceram. Todas as palavras de Jesus são palavras que nos convidam à vida, procurando preservar-nos de uma vida uni lateral e autodestrutiva” (Anselm Grun – Jesus, Mestre da Salvação – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite