Quarta, 27 de junho de 2018


(2Rs 22,8-13; 23,1-3; Sl 118[119]; Mt 7,15-20) 
12ª Semana do Tempo Comum.

“Cuidado com os falsos profetas: eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes” Mt 7,15.

“Quem vê cara não vê coração. Provérbio antigo, porém mais mordente em tempos atuais. A vida social urbana, a rapidez das mudanças, a pluralidade de pensamentos, tudo isso nos faz viver mais desconfiados uns dos outros. Antes, durante uma viagem ao lado de um desconhecido, éramos capazes de contar toda a nossa vida. Agora somos capazes de viver anos no mesmo prédio e nos encontrar apenas com uma rápida saudação, no elevador. Já achamos quase natural que o comerciante, para vender o seu produto, acrescente-lhe algumas falsas vantagens. Que o político, para ser eleito, decline falsas qualidades e prometa o que não poderá cumprir. Que os noticiários para prender a atenção inventem o lado sensacional da realidade... Natural, não. Vício que se instalou na medida que vivemos um distanciamento da ética, em nome do vale tudo do interesse. Também a religião tem seus lobos disfarçados de ovelhas. Já no Antigo Testamento onde apareciam os verdadeiros profetas proliferavam também os falsos. Não falam em nome de Deus, mas em nome de interesses, ou de sua própria ideologia. Critérios para o discernimento só o conhecimento das Escrituras oferece. É conferindo os frutos que se conhece a árvore, diz o Evangelho. Vamos conviver sempre com lobos disfarçados e verdadeiras ovelhas. Mas não será por acaso que sonharemos com o tempo messiânico em que as ovelhas e os lobos poderão pastar, tranquilos, lado a lado. – Jesus Bom Pastor, que conheceis a voz de cada uma das ovelhas, queremos conhecer sempre mais a vossa voz. Ouvintes atentos de vossa palavra saberemos distinguir e acolher a vossa vontade de que produzamos frutos, frutos que permaneçam”.  (João Bosco Barbosa – Graças a Deus (1995) – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite