(Ecl 48,1-15; Sl 96[97]; Mt 6,7-15)
11ª Semana do Tempo Comum.
“Vós deveis rezar
assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;” Mt 6,9.
“Pai, na nossa
linguagem comum, tem um sentido bastante restrito. É a pessoa do genitor,
aquele de quem recebemos a transmissão da vida, traços hereditários, a
educação, com ele convivemos mais ou menos anos. Na Bíblia o sentido de pai é
mais amplo e figurado. Os pais são os antepassados, são as figuras ilustres da
história. Encontramos no Antigo Testamento chamado de Pai, mas sempre com
distanciamento e temor: ele é o Criador, a origem de todas as coisas. Jesus
causa espanto, entre seus contemporâneos, pela intimidade e proximidade de sua
relação com Deus, a quem chama de Pai. Pai, com todo o sentido grandioso e
distante, como na mentalidade judaica, mas ao mesmo tempo concreto e presente
como um pai ao alcance da nossa mão e do nosso abraço. ‘Abá’, dizia Jesus,
Papai, diríamos hoje. Esse Pai ao mesmo tempo tão grande e tão próximo de que
fala Jesus está retratado na forma com que ensinamos as crianças bem pequenas a
dirigir-se a Deus: ‘Papai do Céu’. Não é especialmente aos ‘pequeninos’, aos humildes,
que o Pai se revela e revela os segredos do Reino? – Pai Nosso, olhai os nossos
pequeninos. É pena que muitos deles não chegam a compreender a maneira como
Jesus nos apresenta seu Pai. Pensam a partir do modelo humano de pai,
autoritário, violento ou ausente, nada exemplar. Fazei-nos atentos ao
ensinamento de vosso Filho, para que possamos conduzi-los a vós. Amém.” (João Bosco
Barbosa – Graças a Deus (1995) – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite