Quinta, 21 de junho de 2018


(Ecl 48,1-15; Sl 96[97]; Mt 6,7-15) 
11ª Semana do Tempo Comum.

“Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;” Mt 6,9.

“Pai, na nossa linguagem comum, tem um sentido bastante restrito. É a pessoa do genitor, aquele de quem recebemos a transmissão da vida, traços hereditários, a educação, com ele convivemos mais ou menos anos. Na Bíblia o sentido de pai é mais amplo e figurado. Os pais são os antepassados, são as figuras ilustres da história. Encontramos no Antigo Testamento chamado de Pai, mas sempre com distanciamento e temor: ele é o Criador, a origem de todas as coisas. Jesus causa espanto, entre seus contemporâneos, pela intimidade e proximidade de sua relação com Deus, a quem chama de Pai. Pai, com todo o sentido grandioso e distante, como na mentalidade judaica, mas ao mesmo tempo concreto e presente como um pai ao alcance da nossa mão e do nosso abraço. ‘Abá’, dizia Jesus, Papai, diríamos hoje. Esse Pai ao mesmo tempo tão grande e tão próximo de que fala Jesus está retratado na forma com que ensinamos as crianças bem pequenas a dirigir-se a Deus: ‘Papai do Céu’. Não é especialmente aos ‘pequeninos’, aos humildes, que o Pai se revela e revela os segredos do Reino? – Pai Nosso, olhai os nossos pequeninos. É pena que muitos deles não chegam a compreender a maneira como Jesus nos apresenta seu Pai. Pensam a partir do modelo humano de pai, autoritário, violento ou ausente, nada exemplar. Fazei-nos atentos ao ensinamento de vosso Filho, para que possamos conduzi-los a vós. Amém.” (João Bosco Barbosa – Graças a Deus (1995) – Vozes).
  
Pe. João Bosco Vieira Leite