(Os 11,1.3-4.8c-9; Sl Is 12; Ef 3,8-12.14-19; Jo 19,31-37).
1. Para falar do amor de Deus que vem
desde sempre na história de Israel, a liturgia nos traz esse texto do profeta
Oséias, qualificado em imagens que nos revelam o coração de Deus. Deus aparece
como pai de Israel, aqui identificado como Efraim, guiando-o, alimentando-o.
Não é difícil perceber traços maternos na descrição do profeta, de um amor que
se agita em sua busca.
2. Em todos esses cuidados, o objetivo
é provocar uma resposta de amorosa obediência de um povo que insiste em servir
a outros deuses. Assim somos convidados a nos percebermos envolvidos nessa
trama amorosa, paciente e incansável de Deus para atrair-nos a si.
Aproximemo-nos dessa fonte de vida que brota do lado aberto de Cristo, nos
convida o salmo.
3. Num texto denso, Paulo nos convida a
compreensão desse “amor de Cristo que ultrapassa todo conhecimento”, pois é a
revelação desse amor de Deus, que vem desde sempre e nos alcança em Cristo
Jesus. Só pelo Espírito somos guiados nessa compreensão.
4. O evangelho nos leva de volta ao
cenário da Paixão. Cristo está dependurado na cruz. Os crucificados não podiam
permanecer na mesma durante a noite, pois no dia seguinte era a páscoa judaica.
Para apressar o processo era necessário quebra-lhes as pernas e sepultá-los o
quanto antes. Jesus já estava morto e o soldado perfura-lhe o lado de onde saem
sangue e água. Para João que testemunha esse acontecimento, as profecias ali se
realizam.
5. A leitura que se faz dentro da
Igreja é do significado do sangue em relação a Paixão e da água com o dom do
Espírito sobre nós derramado. Mas também pode ser símbolo da Eucaristia, o
sangue, e do Batismo, a água. O prefácio vai nos dizer que os sacramentos
nascem do seu lado aberto. Não dá para precisar. Outras leituras simbólicas
podem ser feitas.
6. Para que Cristo verdadeiramente
habite em nossos corações pela fé, como deseja Paulo, não bastam os
sacramentos; é preciso que a Sua palavra vá moldando o nosso coração, para que
seja semelhante ao Seu. E isso só é possível se permanecemos em seu amor
misericordioso.
Pe. João Bosco Vieira Leite