(Sf 3,14-18; Sl Is 12; Lc 1,39-56)
Visitação de Nossa Senhora.
O mês se encerra com esse convite de
louvor a Deus da Virgem que revela também a sua alma. Lucas parte das palavras
de Davi ao acolher a Arca em Jerusalém. Assim a liturgia nos convida ao
acolhimento de Deus em nossa vida como fez Maria. Mesmo pequenos e limitados
somos capazes de dar à nossa vida uma dimensão de serviço escapando da contínua
tentação de servir-se de Deus. Para acolhê-Lo é necessário dilatar a nossa
alma, desembaraçando-se de nossos limites, dos nossos fechamentos. Assim Maria
acolheu o Senhor, não para servir-se d’Ele, mas para colocar-se a serviço, para
cantar a Ele, para louvá-Lo. Na sua exultação está um acolhimento generoso,
completo, total. Ela nos lembra também que não basta acolher a Deus, no
encontro de Maria e Isabel transparece o acolhimento do outro no ajudar e no
ser ajudado. Acolher o outro é sempre o que Deus realiza nele e através dele.
Também esse gesto requer um esforço de sairmos de nós mesmos, de dilatar a
nossa alma para considerar todo encontro sob o olhar de Deus. Que Maria nos
ajude nesse processo de abertura a Deus e ao próximo, que façamos a experiência
de exultação de alma ao acolhermos Deus no próximo.
Pe. João Bosco Vieira Leite