(At 19,1-8; Sl 67[68]; Jo 16,29-33)
7ª Semana da Páscoa.
Nessa semana que nos preparamos para a
solenidade de Pentecostes, iniciamos com esse texto onde Paulo se encontra com
alguns discípulos que ainda não haviam ouvido falar do Espírito Santo nem que
este existia. Realmente, no batismo que eles receberam, na tradição do Batista,
a presença do Espírito ainda não era reconhecida. Paulo lhes confere o
verdadeiro batismo, o da Trindade, que imprime caráter e revela a força do
Espírito Santo em nós. Numa preparação imediata ao que virá, Jesus dá-se a
conhecer de um modo mais claro aos seus discípulos, mas essa crença não será
suficiente para evitar a dispersão. Mas Jesus sabe que não está só, o Pai está
com Ele e Ele estará sempre conosco. “Na vida dos fiéis surge amiúde o
desejo de ‘ver claro’, de compreender finalmente como as coisas estão. Uma
tentação subtil nos acompanha: quereríamos que Deus estivesse sempre do nosso
lado, nos seguisse, nos confirmasse. Certamente o Senhor está do lado do homem,
é verdade que Ele acompanha o crente, mas nem sempre segundo suas esperanças.
Nos momentos da solidão profunda, quando reparamos que tudo o que está à nossa
volta não basta para preencher o nosso desejo de sermos compreendidos e
acolhidos, compreendemos como e porquê as nossas perguntas interpelam a Deus.
N’Ele todos os nossos ‘porquês’ serão acolhidos e colocados numa outra
perspectiva. Não deixam de ser tais, mas são vividos no interior de uma certeza
renovada: a certeza de um Deus que, em primeiro lugar e gratuitamente, vai ao
encontro do homem. Sempre e em toda parte” (Giuseppe Casarin - Lecionário
Comentado - Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite