Terça, 01 de março de 2016


(Dn 3,25.34-43; Sl 24[25]; Mt 18,21-35) 
3ª Semana da Quaresma.

A prece de Azarias que nos propõe a 1ª leitura fala de um tempo em que Israel se sente ou se vê como um pequeno povo destituído de sua grandeza anterior. Em sua desolação Deus parece distante, inacessível. Não há sacrifício no templo; só resta oferecer-se a Deus e pedir perdão. De coração contrito e humilhado ele se coloca na presença do Senhor e ao mesmo tempo recorda sua aliança, sua misericórdia e seu amor de sempre. É da experiência dessa acolhida misericordiosa de Deus que deve nascer a nossa capacidade de também acolher o outro.

Por isso a parábola contada por Jesus no evangelho coloca em evidência o contraste da ação de quem foi perdoado por Deus em sua relação com o outro. Deus tem sido paciente conosco e nos perdoa de modo contínuo, diz Jesus. Rezar a Deus de um modo, agir de outro. A quaresma nos lembra que Deus nos quer partícipes de sua misericórdia, de seu amor, e que após recebe-lo, sejamos capazes de transmiti-lo ao outro para que a nós não se feche a ação de sua graça. Perdoar nunca será um gesto fácil ou mesmo espontâneo de nossa parte, por isso Deus apela para a nossa relação com Ele. Se não for por você mesmo, seja por Deus, por esse amor que Ele lhe tem continuamente. 



Pe. João Bosco Vieira Leite