Quinta, 24 de março de 2016

(Ex 12,1-8.11-14; Sl 115[116B]; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15)
Ceia do Senhor.

Hoje a Igreja tem dupla celebração. Pela manhã temos a celebração dos Santos Óleos na igreja catedral. O bispo reúne seus sacerdotes para a preparação dos óleos que serão usados nos sacramentos durante o ano e também acolher deles a renovação das promessas sacerdotais e aproveita para através os mesmos, transmitir aos seus diocesanos os votos de uma feliz páscoa. A celebração termina num caráter de confraternização, uma vez que hoje também é o dia da instituição do sacerdócio. À tarde ou à noite temos a celebração do Lava pés ou da Ceia do Senhor.

A liturgia da palavra se abre no seu caráter memorial da páscoa judaica, uma memória foi instituída e traz consigo o selo da libertação acontecida não só no passado, mas sempre que se tem presente a sua identidade de povo escolhido e na constante certeza de que Deus esteve sempre ao seu lado em todas as situações.

Paulo fala também de uma outra memória instituída por Cristo na última Ceia. A Igreja conserva a memória do seu Senhor numa refeição, onde pão e vinho são sinais e presença constante daquele que caminha agora e sempre com o seu povo. Um memorial a ser repetido até a sua vinda final. Por isso continuaremos proclamando a cada Ceia: Vem, Senhor Jesus!

Tendo a memória da Instituição da Eucaristia já sido recordada por Paulo, a Igreja acrescenta um outro texto de uma memória ainda mais importante: praticar a caridade, o amor, ao estilo de Jesus, que se fez servo lavando os pés da humanidade. Levamos um tempo para compreender que cada celebração eucarística aponta para um compromisso com a vida em todas as suas dimensões.  Acolhamos o dom maior de sua presença sacramental que nos ajuda a perpetuar a sua memória na prática do amor fraterno tendo a Jesus como modelo perfeito de doação.



Pe. João Bosco Vieira Leite