Terça, 29 de março de 2016

(At 2,36-41; Sl 32[33]; Jo 11-18) 
Oitava de Páscoa.

O cristianismo avança sob o testemunho da pregação apostólica movida pelo despertar da fé que deve levar à conversão. O evangelho que trata dos primeiros sinais da ressurreição de Jesus, traz hoje um belo texto. É Maria Madalena que chora junto ao sepulcro pois julga terem levado o corpo de Jesus. Diferentemente dos apóstolos que ali estiveram e se foram, ela permanece numa expressão de seu afeto profundo, humano, humilde e simples que lhe cria espaço para o encontro inesperado como seu Senhor.

Quanto mais profunda é a dor experimentada, maior será a alegria quando está for superada. Jesus está ali, mas ela não o reconhece, não só porque o corpo ressuscitado de Jesus trazia em si uma nova realidade, mas porque está presa ao pensamento de terem levado o corpo de Jesus. Ela procura um morto e não um vivo. Precisa se libertar de tal ideia. Quando Jesus a chama pelo nome tudo muda; oxalá possamos experimentar esse chamado,  fossemos também tocados em nosso coração por essa voz que nos desperta para uma presença de Deus em nossa vida. 

Jesus a envia aos apóstolos chamando-os de irmãos, um tratamento que o faz ainda mais próximo de nós. Que possamos reconhecê-lo em nosso caminhar e para além dos desejos meramente humanos que nos move em nossa busca.


Pe. João Bosco Vieira Leite