Terça, 08 de março de 2016

(Ez 47,1-9.12; Sl 45[46]; Jo 5,1-16) 
4ª Semana da Quaresma.

Esse princípio vivificante que nos escapa entre os dedos que é a água, serve de base para visão simbólico/poética do profeta que vê emanar água do Templo; por onde ela passa a vida é transformada. O poeta fala da água como princípio de nova vida.

Assim é Jesus que entra na história humana, princípio de vida nova, mais que as águas do Templo. Nesse local aonde chega Jesus há cegos, coxos e paralíticos. Doenças que significam uma limitação não só física, mas também psicológica: “Somos cegos. Os nossos olhos estão fechados quando se trata de enxergar a verdadeira realidade, a nossa própria verdade. Temos pontos cegos e nos recusamos a vê-los. Estamos paralisados de medo. Temos medo de cometer algum erro e, por isso, ficamos bloqueados. E somos aleijados. Queríamos ser diferentes do que somos. Muita coisa em nós fica impedida de crescer deixando de se desenvolver. E assim ficamos mutilados. Vivemos apenas uma parte daquilo que está dentro de nós. Os nossos traumatismos bloquearam parte de nossa alma e impediram de desenvolver-se. Podemos identificar-nos com todos esses doentes”. (Anselm Grun – “Jesus, porta para a vida”).

A palavra e o querer de Jesus são capazes de curar, desde que também desejemos. O que faríamos para conseguir a cura? Para além daquilo que confiamos como instrumento da graça, está Jesus com sua Palavra e seu desejo que nos reergamos dos limites que a vida nos impôs.


Pe. João Bosco Vieira Leite