(Ez 47,1-9.12; Sl 45[46]; Jo 5,1-16)
4ª Semana da Quaresma.
Esse princípio vivificante que nos
escapa entre os dedos que é a água, serve de base para visão simbólico/poética
do profeta que vê emanar água do Templo; por onde ela passa a vida é
transformada. O poeta fala da água como princípio de nova vida.
Assim é Jesus que entra na história
humana, princípio de vida nova, mais que as águas do Templo. Nesse local aonde
chega Jesus há cegos, coxos e paralíticos. Doenças que significam uma limitação
não só física, mas também psicológica: “Somos cegos. Os nossos olhos estão
fechados quando se trata de enxergar a verdadeira realidade, a nossa própria
verdade. Temos pontos cegos e nos recusamos a vê-los. Estamos paralisados de
medo. Temos medo de cometer algum erro e, por isso, ficamos bloqueados. E somos
aleijados. Queríamos ser diferentes do que somos. Muita coisa em nós fica
impedida de crescer deixando de se desenvolver. E assim ficamos mutilados.
Vivemos apenas uma parte daquilo que está dentro de nós. Os nossos traumatismos
bloquearam parte de nossa alma e impediram de desenvolver-se. Podemos
identificar-nos com todos esses doentes”. (Anselm Grun – “Jesus, porta para a
vida”).
A palavra e o querer de Jesus são
capazes de curar, desde que também desejemos. O que faríamos para conseguir a
cura? Para além daquilo que confiamos como instrumento da graça, está Jesus com
sua Palavra e seu desejo que nos reergamos dos limites que a vida nos impôs.
Pe. João Bosco Vieira Leite