Segunda, 14 de março de 2016

(Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62; Sl 22[23]; Jo 8,12-20) 
5ª Semana da Quaresma.

O tema do testemunho entra de forma interessante nas duas leituras de nosso dia. Na primeira, está o falso testemunho dos dois anciãos contra Susana por não se “entregar” a eles. Aqui aparece a pobre condição da mulher na sociedade judaica (o texto casa bem com o evangelho de ontem); enquanto os anciãos desviaram os olhos do alto para observarem Susana, ela eleva o olhar aos céus para implorar por socorro. Percebam esse detalhe do texto. Deus envia Daniel para fazer justiça. Jesus faz referência ao testemunho válido requisitado pelos judeus por duas testemunhas, pois Jesus dá testemunho de si ao afirmar quem ele é. Jesus dá testemunho de si e é acompanhado pelo Pai nesse testemunho porque eles são um só. Se eles conhecessem verdadeiramente a Deus, conheceriam quem é Jesus. Há muito eles desviaram o olhar do o alto e os tem preso a suas leis, não permitindo a Deus ser completamente novo ou mesmo surpreender-se com o Ele é capaz de realizar sempre de novo.

Jesus mantem a serenidade, mesmo com a aproximação de todo o processo da paixão ganhando maior dimensão. Quando as trevas parecem se avolumar, ele tem a coragem de reafirmar: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. O Senhor nos convida a nos aproximarmos não só do seu amor, mas também de sua justiça em meio às situações difíceis que atravessamos. Será ele a iluminar o nosso coração e a nossa mente nas decisões a serem tomadas. Como ele confiou no Pai, aprendamos de seu coração a confiar a seguir os seus passos: “Ainda que eu ande pelo vale das sombras nem um mal eu temerei porque sei que estás comigo”. 


 Pe. João Bosco Vieira Leite