Segunda, 28 de março de 2016

(At 2,14.22-32; Sl 15[16]; Mt 28,8-15) 
Oitava de Páscoa.

Esta semana que segue o domingo de páscoa é chamada de oitava porque vai até o próximo domingo, como se fosse o mesmo domingo da ressurreição. Por isso nas celebrações da semana o hino do glória aparece como elemento litúrgico e símbolo dessa alegria que se expande. Mas a palavra de Deus é própria para cada dia.

Pedro aparece na primeira leitura pregando e dando seu testemunho sobre Jesus, buscando convencer os judeus que o escutam. Enquanto isso o evangelho dá continuidade ao texto da vigília, quando as mulheres são surpreendidas pelo desaparecimento do corpo e vão até os apóstolos para comunicar o ocorrido. O próprio Jesus lhes aparece, tornando plena a sua alegria. Mas o encontro com Jesus ressuscitado é para elas ocasião de uma missão: não poderão permanecer tranquilas próximas a Jesus para gozarem de sua presença, elas devem levar a boa nova adiante. Toda experiência com Jesus deve ser comunicada, como dom também para o outro.

O evangelho se conclui com a trama encabeçada pelos sumos sacerdotes para desacreditar os apóstolos. Eles tentam esconder a verdade, ao tempo que se escondem da luz de Deus. Só quem se abre a verdade está em paz e pode seguir adiante em plena simplicidade. Abramo-nos também à luz de Deus e que sejamos disponíveis à missão que dela emana.

Catequese litúrgica:

O prolongamento da Páscoa até Pentecostes

                Quase no momento em que a Páscoa cristã entra na história, ela aparece como uma festa que se prolonga durante cinquenta dias. Todos os dias desse cinquentenário, no dizer de Tertuliano, devem ser celebrados “numa grande alegria”.
                Todo esse tempo deve ser vivido em clima de festa. Festa não porque não se trabalha, mas porque o mistério celebrado causa impressão muito forte em nós. Esse mistério é sempre o mesmo. Cristo ressuscitado (Páscoa), glorificado pelo Pai (Ascensão) nos envia o Espírito Paráclito (Pentecostes) como havia prometido.
                A oitava da Páscoa, a semana “in albis” (semana das vestes brancas), como era chamada em Roma, nasceu no século IV a partir da necessidade de dar aos neófitos uma catequese pós-batismal a respeito dos mistérios nos quais comungavam, uma catequese mistagógica.
                Em várias regiões, as festas do Espírito Santo e da Ascensão eram celebradas juntas no domingo do encerramento do cinquentenário. Mas Pentecostes não tardaria a ser consagrada exclusivamente à vinda do Espírito Santo sobre os Apóstolos, enquanto que a Ascensão seria celebrada no quadragésimo dia depois da Páscoa. A leitura atenta dos Atos dos Apóstolos (1,4-10) justifica a festa da Ascensão quarenta dias depois.
                Liturgicamente se celebra a festa de Pentecostes como irradiação do Espírito, ele começa sua missão no mundo. Sob a ação do Espírito em nós, continuamos esta missão pelo testemunho e apostolado.  



Pe. João Bosco Vieira Leite