Terça, 21 de janeiro de 2025

(Hb 6,10-20; Sl 110[111]; Mc 2,23-28) 2ª Semana do Tempo Comum.

“Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado” Mc 2,23-28.

“A postura de Jesus contrastava com a dos fariseus. Estes, apegados às tradições, suspeitavam dele quando o viam atropelar, com sua liberdade, os costumes dos antigos. Era como se estivesse ferindo a sensibilidade alheia. O Mestre admirava-se da visão estreita dos fariseus, uma vez que, nas Escrituras, já se encontravam atitudes e gestos semelhantes ao seu. Por isso, agora, recordava-lhes um fato ligado a Davi, quando este, fugindo da perseguição de Saul, foi parar num lugar chamado Nobe, junto ao sacerdote Aquimilec (segundo o Evangelho, Abiatar). Davi e os seus companheiros estavam com fome. Nada tendo para lhes oferecer, o sacerdote deu-lhes os pães consagrados, que só aos sacerdotes era permitido consumir. E nem por isso ficou cheio de escrúpulos ou com peso na consciência. Seu gesto foi profundamente humanitário. Tanto no caso de Davi como no dos discípulos de Jesus, a não-observância da tradição não aconteceu por leviandade. A vida humana estava em perigo. Precisava ser salva, mesmo contrariando as convenções religiosas. Agindo com liberdade, Jesus ensinava aos discípulos como a religião deveria ser praticada com bom senso. Certas demonstrações de fidelidade às tradições religiosas acabam se tornando um espetáculo de insensatez, quando se chocam com o direito à vida. – Espírito de bom senso, livra-me de praticar um tipo de religião muito fiel às tradições humanas, mas pouco conforme ao querer do Pai (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas). 

Pe. João Bosco Vieira Leite