(Hb 6,10-20; Sl 110[111]; Mc 2,23-28) 2ª Semana do Tempo Comum.
“Portanto, o Filho do Homem é senhor
também do sábado” Mc
2,23-28.
“A
postura de Jesus contrastava com a dos fariseus. Estes, apegados às tradições,
suspeitavam dele quando o viam atropelar, com sua liberdade, os costumes dos
antigos. Era como se estivesse ferindo a sensibilidade alheia. O Mestre
admirava-se da visão estreita dos fariseus, uma vez que, nas Escrituras, já se
encontravam atitudes e gestos semelhantes ao seu. Por isso, agora,
recordava-lhes um fato ligado a Davi, quando este, fugindo da perseguição de
Saul, foi parar num lugar chamado Nobe, junto ao sacerdote Aquimilec (segundo o
Evangelho, Abiatar). Davi e os seus companheiros estavam com fome. Nada tendo
para lhes oferecer, o sacerdote deu-lhes os pães consagrados, que só aos
sacerdotes era permitido consumir. E nem por isso ficou cheio de escrúpulos ou
com peso na consciência. Seu gesto foi profundamente humanitário. Tanto no caso
de Davi como no dos discípulos de Jesus, a não-observância da tradição não
aconteceu por leviandade. A vida humana estava em perigo. Precisava ser salva,
mesmo contrariando as convenções religiosas. Agindo com liberdade, Jesus
ensinava aos discípulos como a religião deveria ser praticada com bom senso.
Certas demonstrações de fidelidade às tradições religiosas acabam se tornando
um espetáculo de insensatez, quando se chocam com o direito à vida. – Espírito
de bom senso, livra-me de praticar um tipo de religião muito fiel às tradições
humanas, mas pouco conforme ao querer do Pai” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite