(Hb 7,1-3.15-17; Sl 109[110]; Mc 3,1-6) 2ª Semana do Tempo Comum.
“E perguntou-lhes: ‘É permitido no
sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer?’ Mas
eles nada disseram” Mc
3,4
“Nem
todo silêncio é bom ou sábio. Obviamente, se não tem algo edificante,
proveitoso e animador para dizer, permaneça silente. Palavras desnecessárias
são totalmente dispensáveis. Mas, muitas vezes, a vida nos exige uma resposta.
Tem gente que fica em silêncio por não ter o que dizer, outros ficam quietos
para não se comprometerem e outros o fazem por sabedoria. Sabem que, de fato,
eles não serão ouvidos, serão no máximo escutados. Jesus, costumeiramente,
deixava seus adversários em silêncio por não terem respostas às suas questões,
pois se eles respondessem algo se comprometeriam e era tudo o que eles não
queriam. Falar é comprometer-se com alguém ou alguma causa, falar é apoiar e,
para fazê-lo, um número grande de gente prefere ficar calada. Quem apoia o
erro, mesmo que indiretamente (com o silêncio), é cúmplice dele e de todos os
seus desdobramentos, como disse São Tiago: ‘Aquele que sabe que deve fazer o
bem e não o faz, nisso está pecando’ (Tg 4,17). Quanto à pergunta do Cristo, é
lícito fazer o bem todos os dias. Se tivermos de deixar de ir a uma missa ou a
um culto para socorrer alguém e leva-lo a um hospital, nisto também estamos
adorando a Deus. Portanto, podemos fazer bem a Deus no sábado, no domingo, no
Natal, nos dias santos, enfim, podemos e devemos fazer o bem sempre. Este é um
dos grandes ensinamentos de Jesus: pessoas são mais importantes do que dogmas.
Vamos viver como Ele viveu? Aprendamos com Jesus. – Amado Jesus, que
aprendamos contigo a preferir às pessoas ao invés das coisas, que compreendamos
que os ensinamentos, dogmas e doutrinas existem em benefício do ser humano e
não o inverso. Que não sejamos dominados por nenhuma ideologia, mas que sejamos
livres como o Cristo. Amém” (Sandro
Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).
Pe.
João Bosco Vieira Leite