Quarta, 29 de janeiro de 2025

(Hb 10,11-18; Sl 109[110]; Mc 4,1-20) 3ª Semana do Tempo Comum.

“Por fim, aqueles que recebem a semente em terreno bom são os que ouvem a Palavra,

a recebem e dão fruto; um dá trinta, outro sessenta e outro cem por um” Mc 4,20.

“Atendendo vários casais diariamente, uma coisa que tenho percebido, é que tem muita gente confundindo opressão com felicidade. Quando os israelitas eram escravos no Egito e foram libertos, no meio de sua caminhada vários sonhavam em voltar para o Egito, pois confundiam felicidade com opressão, de tão acostumados que estavam com a opressão (Ex 16,3). Hoje é assim para muitos casais. Você já viu aquele casal que, quando estão juntos, agem de um jeito, normalmente, um se submetendo ao outro? Mas quando estão sozinhos, aquela pessoa ‘submissa’ se solta e mostra todo o seu esplendor humano? Isto é, seus frutos de boa terra. Pois é, tem muita gente criativa, inteligente, com tudo para frutificar, mas que se submete de tal forma em um relacionamento que confunde sua própria opressão achando aquilo felicidade. Igual aos israelitas com saudades das comidas do Egito. O pior: muitas dessas pessoas não têm forças e, às vezes, nem mesmo querem quebrar esses grilhões mentais que consideram como sendo um bem, uma família perfeita. Isso pode levar à doença, loucura até. É um caso clássico de insensatez. Deus não aprova nada que te leve para longe dele ou que te diminua enquanto ser humano. Felicidade verdadeira requer total liberdade e igualdade. Fora disso, só temos opressão, dominação, arrogância travestida com nome de amor e felicidade. Se você está em uma relação assim, ela precisa ser curada, e isso é plenamente possível. Ser boa terra não é receber qualquer semente, mas somente a semente do bem. Se seu relacionamento está te oprimindo converse com seu cônjuge, busque ajuda profissional e religiosa e salve sua relação, salvando a si mesmo, e assim você produzirá frutos existenciais a trinta, sessenta e cem por um. – Amável Jesus, que transformemos nossos relacionamentos em verdadeira alegria, respeitando a dignidade de cada um. Amém” (Sandro Bussinger Sampaio – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite