Quarta, 15 de janeiro de 2025

(Hb 2,14-18; Sl 104[103]; Mc 1,29-39) 1ª Semana do Tempo Comum.

“Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso

e digno de confiança nas coisas referentes a Deus a fim de expiar os pecados do povo” Hb 2,17.

“São duas as dimensões que o autor da Carta aos Hebreus evoca nesta passagem. A primeira, horizontal, está ligada à solidariedade de Jesus com os homens, revelada no mistério da Encarnação e da morte de Cruz. A segunda dimensão é vertical, representada pela relação de Jesus com Deus: Ele é ‘digno de fé’, ou seja, merecedor de confiança da parte de Deus. [Compreender a Palavra:] O primeiro aspecto sobre o qual o autor se debruça é a partilha que Jesus experimentou. ‘Carne’ e ‘sangue’ são símbolos muito eloquentes da historicidade e da fragilidade humana, assumida pelo Filho de Deus. O autor especifica este aspecto recorrendo a uma categoria singular: a do Sumo Sacerdócio. Em que consiste o Sumo Sacerdócio de Cristo? Existe uma variação sobre o tema em relação às passagens do Antigo Testamento, que colocam a ênfase sobre a separação radical entre o Sumo Sacerdote e os homens. Jesus partilhou com os homens, todos como Seus irmãos (v. 17), cada prova, cada tentação, incluindo o sofrimento e a morte. O Seu Sumo Sacerdócio consistiu nisto. Compreendemos assim os dois adjetivos expressivos utilizados na Carta: ‘fiel’ e ‘misericordioso’ (v. 17). Jesus é ‘fiel’, podemos confiar n’Ele. Com esta expressão foi designado Moisés, superior a todos os profetas (cf. Nm 12,1-8); mas a fiabilidade de Jesus é maior, porque por meio d’Ele os homens podem entrar em relação com o próprio Deus. Jesus, Sumo Sacerdote, é ainda misericordioso ao ser capaz de socorrer os homens na sua fragilidade e nos seus pecados, com a finalidade de lhes dar a salvação” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).          

 Pe. João Bosco Vieira Leite