(Hb 5,1-10; Sl 109[110]; Mc 2,18-22) 2ª Semana do Tempo Comum.
“Ninguém põe vinho novo em odres velhos,
porque o vinho novo arrebenta os odres velhos
e o vinho e os odres se perdem. Por
isso, vinho novo em odres novos” Mc
2,18-22.
“A
vida pagã, ou segundo os princípios do mundo, é o odre velho e gasto. A vida
cristã é uma vida nova, com novos princípios de valorização das coisas e com
novos rumos e novas metas por alcançar. Daí que pretender ser cristão, mas
seguindo os princípios do mundo, suas normas de conduta e seus costumes,
aplicando sua escala de valores, pretender aparentar um formalismo cristão, no
entanto com uma realidade de vida pagã ou mundana, é pretender conciliar o
inconciliável ou, para expressar-nos de acordo com o evangelho, é pretender
colocar o vinho novo do evangelho no odre velho de mentalidade e formas de vida
ultrapassadas ou envelhecidas na prática de princípios injustos e imorais. Ser
cristão é uma coisa muito séria, nada fácil e muito comprometedora. Se o mundo
é governado pelo egoísmo, o cristão sabe que deve amar o seu próximo como a si
mesmo. Se o mundo vive impregnado de desejos e intenções mal intencionados, o
cristão tem de viver uma forte transparência de consciência. Se no mundo
predomina o amor ao bem-estar e à sensualidade, o cristão rememora que Jesus
Cristo exige-lhe uma vida de abnegação de si mesmo. Se o mundo se governa pela
violência, o cristão é dirigido pela paciência. O mundo é o odre velho
carregado de paixões, gasto por seus excessos, rasgado por suas ambições, e o
cristão é o vinho novo, forte e generoso, aprazível e comprometido, que não
pode restringir-se nem limitar-se pela estreiteza do odre velho do mundo” (Alfonso Milagro – O Evangelho
meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite