(Jr 20,10-13; Sl 17[18]; Jo 10,31-42) 5ª Semana da Quaresma.
“E ele lhes disse: ‘Por ordem do Pai,
mostrei-vos muitas obras boas. Por qual delas me quereis apedrejar?’” Jo 10,32.
“As
obras prodigiosas de Jesus deveriam ser suficientes para dar credibilidade às
suas palavras. Todavia, seus adversários recusavam-se a acreditar nele,
persistindo no seu intento de eliminá-lo. Reconheciam haver algo de incomum e
inexplicável nas ações de Jesus. Mas concluíam: apesar de ser homem, ele estava
querendo passar por Deus. Isto era uma blasfêmia insuportável. As dificuldades
de Jesus com seus adversários não provinham de suas palavras, mas de suas
obras. Estas é que testemunhavam a seu favor e evidenciavam sua condição
divina, rejeitada pelos seus adversários. O testemunho das obras era sempre
incômodo, porque não se podia facilmente negar. Quem fora curado por Jesus, não
podia deixar de agradecê-lo. Quem fora perdoado de seu pecado e acolhido em sua
fraqueza, mantinha viva e publicava a misericórdia do Mestre. Quem tivera sua
fome saciada, não podia minimizar as dimensões do milagre. Os adversários de
Jesus, por conseguinte, estavam rodeados de testemunhos em favor dele. E todos
apontavam na mesma direção: só Deus poderia realizar obras tão maravilhosas! Ao
invés de render-se à evidência, estreitavam mais e mais sua rejeição a Jesus.
Entretanto, não faltou quem se deixasse convencer pelas obras realizadas por
Jesus, depositando nela a sua fé. – Senhor Jesus, que o testemunho de tuas
obras abra o meu coração para fé!” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de
Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite