Sábado, 23 de março de 2024

(Ez 37,21-28; Sl Jr 3; Jo 11,45-56) 5ª Semana da Quaresma.  

“Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles.

Nunca mais formarão duas nações nem tornarão a dividir-se em dois reinos” Ez 37,22.

“Ezequiel, levado para a Babilônia na primeira deportação, é chamado por Deus a desempenhar o seu ministério na terra do exílio. A atividade deste profeta desenrola-se em dois períodos bem distintos: antes da destruição de Jerusalém. Ezequiel sacode a consciência do povo anunciando o juízo divino iminente; quando depois esse juízo se verificou com a destruição da Cidade Santa e do Templo, ele assume a tarefa de reacender a esperança no povo exortando-o à confiança e a uma fidelidade plena no Senhor. O texto que hoje lemos é tirado da segunda parte: Ezequiel anuncia o regresso do exílio e um futuro novo para Israel. [Compreender a Palavra:] O texto continua a narrar uma visão extraordinária, a dos ossos ressequidos que volta à vida (Ez 37,1-14). Mesmo nas situações mais desesperadas de morte, o Senhor pode fazer nova vida. Ele permitiu que o povo infiel experimentasse a miséria, de modo a sentir a necessidade de voltar para Ele com uma conversão radical. Na pedagogia de JHWH, o exílio tem também uma função terapêutica. Agora vai haver uma nova intervenção vinda d’Ele. Com o regresso do exílio dar-se-á uma renovação interior: o povo será ‘purificado’ (v. 23) e ‘santificado’ (v. 28), o Senhor fará com todos os filhos de Israel ‘uma aliança de paz’, ‘uma aliança eterna’ (v. 26) e virá habitar no meio deles para sempre (v. 28). Esta passagem profética adquire na liturgia da Quaresma uma extraordinária densidade de significado. É o mistério pascal de Cristo que nos purifica e santifica e que é penhor de uma nova e eterna Aliança entre Deus e toda a humanidade” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite