Quarta, 27 de março de 2024

(Is 50,4-9; Sl 68[69]; Mt 26,14-25) Semana Santa.   

“Enquanto comiam, Jesus disse: ‘Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair’” Mt 26,21.

“Jesus celebrou sua última Páscoa em meio a uma grande contradição. A ceia da fraternidade foi corrompida pela presença do traidor que o havia vendido pelo irrisório preço de um escravo. A ceia da libertação tornou-se prelúdio da injustiça e da opressão que se abateria sobre ele. A recordação dos feitos poderosos de Deus foi obscurecida pelo confronto com os feitos humanos cheios de perversidade. Os laços que uniam discípulos e Mestre eram frágeis. Tudo não passava de aparência. O anúncio da próxima traição e a maldição prevista para quem perpetrasse esta maldade contra Jesus foram chocantes. Uma terrível suspeita pairou sobre todos. Quando Jesus desvendou o mistério e denunciou Judas, um clima de revolta deve ter tomado conta dos comensais. A convivência com um ‘amigo’ traidor era insuportável. Em meio a tudo isso Jesus sabia estar dando passos firmes rumo à Páscoa definitiva. A grande obra libertadora do Pai em favor da humanidade estava para ser consumada. Não era possível queimar etapas e eliminar os aspectos dolorosos do processo de libertação. No entanto, a ceia da fraternidade acabou por tornar-se um tormento para Jesus. Estava para ser selado o pacto de traição por parte de um amigo. Apesar dos pesares, era preciso manter a cabeça erguida para enfrentar a paixão iminente. – Senhor Jesus, torna cada vez mais verdadeira minha amizade por ti! (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).    

Pe. João Bosco Vieira Leite