(Is 50,4-9; Sl 68[69]; Mt 26,14-25) Semana Santa.
“Enquanto
comiam, Jesus disse: ‘Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair’” Mt 26,21.
“Jesus
celebrou sua última Páscoa em meio a uma grande contradição. A ceia da
fraternidade foi corrompida pela presença do traidor que o havia vendido pelo
irrisório preço de um escravo. A ceia da libertação tornou-se prelúdio da
injustiça e da opressão que se abateria sobre ele. A recordação dos feitos
poderosos de Deus foi obscurecida pelo confronto com os feitos humanos cheios
de perversidade. Os laços que uniam discípulos e Mestre eram frágeis. Tudo não
passava de aparência. O anúncio da próxima traição e a maldição prevista para
quem perpetrasse esta maldade contra Jesus foram chocantes. Uma terrível
suspeita pairou sobre todos. Quando Jesus desvendou o mistério e denunciou
Judas, um clima de revolta deve ter tomado conta dos comensais. A convivência com
um ‘amigo’ traidor era insuportável. Em meio a tudo isso Jesus sabia estar
dando passos firmes rumo à Páscoa definitiva. A grande obra libertadora do Pai
em favor da humanidade estava para ser consumada. Não era possível queimar
etapas e eliminar os aspectos dolorosos do processo de libertação. No entanto,
a ceia da fraternidade acabou por tornar-se um tormento para Jesus. Estava para
ser selado o pacto de traição por parte de um amigo. Apesar dos pesares, era
preciso manter a cabeça erguida para enfrentar a paixão iminente. – Senhor
Jesus, torna cada vez mais verdadeira minha amizade por ti!” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João
Bosco Vieira Leite