(Gn 17,3-9; Sl 104[105]; Jo 8,51-59) 5ª Semana da Quaresma.
“Em verdade, em verdade, eu vos digo, se alguém
guardar a minha palavra, jamais verá a morte” Jo 8,51.
“Neste
evangelho, Jesus dá testemunho de sua divindade; afirma que ele já existia
antes de Abraão, coisa que os judeus não podiam entender nem aceitar. Jesus
censura-os afirmando-lhes que não o recebem porque não conhecem o Pai e nem
mesmo a ele, que foi enviado pelo Pai. Para guardar a palavra de Deus, é
preciso primeiro ouvir e aceitar essa palavra salvadora. Quem é de Deus ouve a
palavra de Deus, deixa-se guiar por ela, segue os impulsos da graça e as moções
do Espírito Santo. São Gregório convida-nos à reflexão e exame com estas
palavras: ‘Pergunte-se cada um se ouve em seu coração a palavra de Deus, e
saberá de onde é. A verdade manda desejar a pátria celestial, suprimir os
desejos da carne, desprezar a glória do mundo e não desejar o alheio e dar o próprio.
Considere cada qual se ouve essa voz de Deus em seu coração, e que saberá por
meio disso que é de Deus’. Jesus Cristo indica-nos um caminho, para conseguir a
vida eterna: guardar sua palavra. Para salvar-nos - diz um escritor – de pouco
nos servirão os bens materiais ou as qualidades que possamos ter. Com a morte
do corpo, teremos de deixar todas as coisas deste mundo. Para lá do sepulcro,
não nos seguirão senão nossas obras, e essas são as que nos salvarão ou nos
condenarão por toda a eternidade. Isto quer dizer: Jesus é indubitavelmente
nosso Redentor e Salvador; a fé nele e o amor a ele serão o que nos salva. Mas,
se esta fé e este amor forem reais e autênticos, exigirão de nós
ineludivelmente obras de santidade, obras de salvação. Todas as coisas deste
mundo têm, portanto, importância secundária e relativa, visto que por muito que
dure nossa vida, isso é nada em comparação com a eternidade. Por isso é uma
verdadeira loucura expor a salvação eterna por qualquer coisa deste mundo” (Alfonso Milagro
– O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).
Pe.
João Bosco Vieira Leite