Segunda, 04 de março de 2024

(2Rs 5,1-15; 41[42]; Lc 4,24-30) 3ª Semana da Quaresma.

“Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: ‘Em verdade eu vos digo que

nenhum profeta é bem recebido em sua pátria’” Lc 4,24.

“O Senhor, depois de um tempo dedicado à pregação pelas aldeias e cidades da Galileia, volta a Nazaré, onde se tinha criado. Ali todos os conhecem: é filho de José e Maria. No sábado, foi à sinagoga, conforme seu costume (Lc 2,16), levantou-se para a leitura do texto sagrado e escolheu um trecho messiânico do profeta Isaías. São Lucas capta a densa expectativa que havia no ambiente: Enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos neles. Tinham ouvido maravilhas sobre o filho de Maria e esperavam ver coisas ainda mais extraordinárias em Nazaré. Não obstante, ainda que a princípio todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça que procediam da sua boca (Lc 4,22), não têm fé. Jesus explica-lhes que os planos de Deus não se baseiam na pátria ou no parentesco: não basta ter convivido com Ele, é necessária uma fé grande. E serve-se de alguns exemplos do Antigo Testamento: Havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi curado a não ser Naamã, o sírio. As graças do Céu são concedidas sem qualquer limitação por parte de Deus, sem levar em conta a raça – Naamã não pertencia ao povo Judeu –, a idade ou a posição social. Mas Jesus não encontrou boas disposições nos ouvintes, na terra onde se havia criado, e por isso não fez ali nenhum milagre. Aquelas pessoas só viram n’Ele o filho de José, aquele que fabricava mesas e consertava portas. Não é este o filho de José?, perguntavam (Lc 4,22). Não souberam ir além disso. Não descobriram o Messias que os visitava. Nós, para podermos contemplar o Senhor, também devemos purificar a nossa alma. ‘Esse Cristo que tu vês não é Jesus. – Será, quando muito, a triste imagem que podem teus olhos turvos... – Purifica-te. Clarifica o teu olhar com a humildade e a penitência. Depois... não te hão de faltar as luzes límpidas do Amor. E terás uma visão perfeita. A tua imagem será realmente a sua: Ele!’ (Josemaria Escrivá). A Quaresma é uma boa ocasião para intensificarmos o nosso amor com obras de penitência que preparem a alma para receber as luzes de Deus” (Francisco Fernandez-Carvajal – Falar com Deus – Vol. 6 – Quadrante).

Pe. João Bosco Vieira Leite