(Dt 4,1.5-9; Sl 147[147B]; Mt 5,17-19) 3ª Semana da Quaresma.
“Não
penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para
dar-lhes pleno cumprimento” Mt 5,17.
“No Sermão
da Montanha, logo a seguir às bem-aventuranças (cf. Mt 5,1-11) e às duas
sentenças sobre a luz e sobre o sal (cf. 5,13-14), como um prólogo a respeito
do pensamento de Jesus expresso nas numerosas antíteses, lê-se: ‘Ouviste que
foi dito [...], mas eu digo-vos’. A intenção de Jesus não é abolir, mas dar
cumprimento. [Compreender a Palavra:] O versículo 17 é uma das chaves que
permitem a interpretação do Sermão da Montanha segundo São Mateus. De fato, o
verbo utilizado pode significar quer ‘realizar”, quer ‘preencher’. Jesus
pretende levar à plenitude uma palavra, a da Lei, que está destinada a não
passar inutilmente nem sequer no sinal menor (o minúsculo iota, letra do
alfabeto grego menor que o nosso ‘i’). A Lei deve, portanto, ser levada à
perfeição, como se notará nas seis antíteses sucessivas, de onde emerge a
autoridade do Senhor que ousa intervir e modificar os mandamentos divinos: ‘Mas
eu vos digo’ (vv. 22.28.32.34.39.44): uma Lei levada à plenitude que requer
também uma finalidade nova, uma total adesão do coração. O próprio Jesus, como
toda Sua vida e a Sua morte, com o dom total de Si mesmo, é o cumprimento da
Lei, a qual tem seu compêndio no mandamento novo do Senhor: ‘Amai-vos uns aos
outros como Eu vos amei’ (Jo 15,12)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma -
Páscoa] – Paulus).
Pe. João
Bosco Vieira Leite