(Ex 32,7-14; Sl 105[106]; Jo 5,31-47) 4ª Semana da Quaresma.
“Não
penseis que eu vos acuso diante do Pai. Há alguém que vos acusa:
Moisés, no
qual colocais a vossa esperança” Jo
5,45.
“Continua o
discurso duro de Jesus respondendo às acusações dos judeus, discurso construído
pelo evangelista como uma espécie de processo imaginário entre Jesus e os seus
opositores. Em primeiro lugar, Jesus defende as Suas obras (cf. Jo 5,19-30):
texto proclamado ontem), agora apresenta os testemunhos em Seu favor – o Pai,
João Batista, as Suas obras, as Escrituras – para demonstrar a falta de
fundamento das acusações que Lhe são dirigidas (vv. 31-40); em seguida,
tornando-se Ele mesmo acusador, polemizando com os seus adversários e
denunciando a incredulidade deles (vv. 41-47). [Compreender a Palavra:] À
medida que a narração avança, a confrontação entre Jesus e os judeus torna-se
mais dura. Na polêmica encontram-se os principais temas apologéticos que os
cristãos do tempo de João utilizavam para rebater os judeus. Jesus não Se
limita à autodefesa, mas apresenta testemunhos em apoio da Sua missão divina:
cita quatro. O primeiro é João Batista, que deu ‘testemunho da verdade’ e se
pode comparar a uma lâmpada que guia para a luz verdadeira. O segundo é
constituído pelas próprias obras de Jesus: a Sua atividade revela a ação de
Deus n’Ele e por meio d’Ele. O terceiro testemunho é o Pai, que age no íntimo
das pessoas e as dispõe a escutar o seu Filho. O quarto testemunho é,
finalmente, dado pelas Escrituras, consideradas fonte de vida. Os judeus,
infelizmente, não obstante a multiplicidade de testemunhos, permaneceram
incrédulos, e Jesus denuncia imediatamente a causa: estão cheios de si mesmos e
privados do amor de Deus” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe. João
Bosco Vieira Leite