Quinta, 14 de março de 2024

(Ex 32,7-14; Sl 105[106]; Jo 5,31-47) 4ª Semana da Quaresma.

“Não penseis que eu vos acuso diante do Pai. Há alguém que vos acusa:

Moisés, no qual colocais a vossa esperança” Jo 5,45.

“Continua o discurso duro de Jesus respondendo às acusações dos judeus, discurso construído pelo evangelista como uma espécie de processo imaginário entre Jesus e os seus opositores. Em primeiro lugar, Jesus defende as Suas obras (cf. Jo 5,19-30): texto proclamado ontem), agora apresenta os testemunhos em Seu favor – o Pai, João Batista, as Suas obras, as Escrituras – para demonstrar a falta de fundamento das acusações que Lhe são dirigidas (vv. 31-40); em seguida, tornando-se Ele mesmo acusador, polemizando com os seus adversários e denunciando a incredulidade deles (vv. 41-47). [Compreender a Palavra:] À medida que a narração avança, a confrontação entre Jesus e os judeus torna-se mais dura. Na polêmica encontram-se os principais temas apologéticos que os cristãos do tempo de João utilizavam para rebater os judeus. Jesus não Se limita à autodefesa, mas apresenta testemunhos em apoio da Sua missão divina: cita quatro. O primeiro é João Batista, que deu ‘testemunho da verdade’ e se pode comparar a uma lâmpada que guia para a luz verdadeira. O segundo é constituído pelas próprias obras de Jesus: a Sua atividade revela a ação de Deus n’Ele e por meio d’Ele. O terceiro testemunho é o Pai, que age no íntimo das pessoas e as dispõe a escutar o seu Filho. O quarto testemunho é, finalmente, dado pelas Escrituras, consideradas fonte de vida. Os judeus, infelizmente, não obstante a multiplicidade de testemunhos, permaneceram incrédulos, e Jesus denuncia imediatamente a causa: estão cheios de si mesmos e privados do amor de Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

 

Pe. João Bosco Vieira Leite