Sábado, 09 de março de 2024

(Os 6,1-6; Sl 50[51]; Lc 18,9-14) 3ª Semana da Quaresma.

“Quero amor e não sacrifícios, conhecimento de Deus mais do que holocaustos” Os 6,6.

“No contexto de uma liturgia penitencial, o profeta anuncia, pela boca dos próprios israelitas, o desejo de se voltarem para o Senhor, depois de o terem abandonado para seguir deuses estrangeiros. O texto penitencial subdivide-se em dois momentos: a confissão da parte do povo do seu pecado e a exortação coletiva a voltarem para Deus (vv. 1-5); a resposta de Deus, pela intervenção direta do presidente da assembleia (vv. 4-6). [Compreender a Palavra:] Numa primeira leitura as palavras do povo exprimem a intenção sincera de conversão. ‘Voltar’ significa inverter a rota para retomar o caminho abandonado, o autêntico, que conduz a uma relação verdadeira e leal com Deus, visto como o amigo e único remédio para a difícil e atormentada situação presente. Todavia, mais do que de conversão sincera e comprometida, trata-se de cálculo, da parte de quem se sente tão seguro, quase capaz de imaginar que pode controlar a ação do Senhor é como a aurora: pontual e imutável; como a chuva: não falta com a sua presença e com seus dons. Deus é perfeitamente previsível. Mas Deus, que conhece o coração do Povo, a sua inconstância e incoerência, confessa a sua – por agora – impotência em perdoar, repetindo e voltando contra ele as palavras e as imagens utilizadas pelo Povo. Por isso, em vez de sacrifícios e holocaustos de pobres e inocentes animais, Ele deseja ‘hesed’, isto é, amor, compaixão e solidariedade para com o próximo” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite