(Os 6,1-6; Sl 50[51]; Lc 18,9-14) 3ª Semana da Quaresma.
“Quero amor
e não sacrifícios, conhecimento de Deus mais do que holocaustos” Os 6,6.
“No
contexto de uma liturgia penitencial, o profeta anuncia, pela boca dos próprios
israelitas, o desejo de se voltarem para o Senhor, depois de o terem abandonado
para seguir deuses estrangeiros. O texto penitencial subdivide-se em dois
momentos: a confissão da parte do povo do seu pecado e a exortação coletiva a
voltarem para Deus (vv. 1-5); a resposta de Deus, pela intervenção direta do
presidente da assembleia (vv. 4-6). [Compreender a Palavra:] Numa primeira
leitura as palavras do povo exprimem a intenção sincera de conversão. ‘Voltar’
significa inverter a rota para retomar o caminho abandonado, o autêntico, que
conduz a uma relação verdadeira e leal com Deus, visto como o amigo e único
remédio para a difícil e atormentada situação presente. Todavia, mais do que de
conversão sincera e comprometida, trata-se de cálculo, da parte de quem se
sente tão seguro, quase capaz de imaginar que pode controlar a ação do Senhor é
como a aurora: pontual e imutável; como a chuva: não falta com a sua presença e
com seus dons. Deus é perfeitamente previsível. Mas Deus, que conhece o coração
do Povo, a sua inconstância e incoerência, confessa a sua – por agora –
impotência em perdoar, repetindo e voltando contra ele as palavras e as imagens
utilizadas pelo Povo. Por isso, em vez de sacrifícios e holocaustos de pobres e
inocentes animais, Ele deseja ‘hesed’, isto é, amor, compaixão e solidariedade
para com o próximo” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).
Pe. João
Bosco Vieira Leite