(Jr 7,23-28; Sl 94[95]; Lc 11,14-23) 3ª Semana da Quaresma.
“Mas alguns
disseram: ‘É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os
demônios’” Lc 11,15.
“Os
milagres de Jesus prestavam-se a toda sorte de interpretação. Quem olhava para
o Mestre com bons olhos, via nele o sinal da presença do Reino atuando na
história humana, e se maravilhava. Quem, pelo contrário, tinha preconceitos
levantava suspeitas contra ele, declarando que seu poder taumatúrgico provinha
de Belzebu. Por mais espetacular que fosse o milagre operado por Jesus, sempre
havia quem interpretasse de forma maldosa. O Mestre tentou levar seus
adversários a raciocinar, sem preconceitos, a respeito de seus milagres. Os
gestos portentosos de Jesus visavam sempre desarticular o poder opressor de
Belzebu sobre as pessoas. Este poder satânico expressava-se na impossibilidade
de alguém se comunicar, de conviver fraternalmente com os outros, de fechar-se
no próprio egoísmo idolátrico. Ao libertar as pessoas destas situações, Jesus
impedia que Belzebu mantivesse seu poder sobre elas. Ou seja, os milagres
representavam uma luta gigantesca entre Jesus e Belzebu. Os milagres eram um
indício seguro da vitória do Filho de Deus. Se as coisas não são entendidas
assim, é sinal de estar acontecendo uma tremenda cisão no reino de Satanás.
Portanto, está para se desmoronar. Pelo contrário, se Jesus está desarticulando
o poder de Belzebu, o Reino de Deus está se manifestando na história humana. A
atitude mais sensata, neste caso, consiste em acolhê-lo e fazer-se seu
discípulo. – Senhor Jesus, ajuda-me a compreender que, em seus milagres, o
Reino de Deus irrompeu na história humana e o poder opressor do demônio ficou
desarticulado” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] -
Paulinas).
Pe. João
Bosco Vieira Leite