Sexta, 14 de abril de 2023

(At 4,1-12; Sl 117[118]; Jo 21,1-14) 

Oitava de Páscoa.

“Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu” Jo 21,11.

“Os discípulos apanham 153 peixes. Trata-se certamente de um número simbólico, mas não fica bem claro o que significa. Evagrio Pôntico (345-399) interpreta o número assim: 100 é o quadrado, 28 o triângulo e 25 a esfera. A Ressurreição significaria, portanto, a coincidência em nós de todos os opostos do mundo: tudo se torna um. Aquilo que é contraditório dentro de nós, o que não conseguimos juntar, é levado à unidade pela Ressurreição. A Ressurreição arredonda a nossa vida tantas vezes despedaçada. Quando a rede se enche, o discípulo que Jesus amava se dá conta que é Jesus que está na margem. E Ele declara diante dos demais discípulos: ‘É o Senhor!’ (21,7). O amor reconhece o ressuscitado no meio das atividades diárias, no meio do trabalho, no escritório, no torno, no banco do carpinteiro. O ressuscitado está presente. Mas é necessário o olhar do amor que percebeu a sua presença. O discípulo amado é testemunha que quer abrir os nossos olhos, para que também nós reconheçamos o ressuscitado na noite de nossas frustrações e banalidades. Ele está onde nós estamos. E a nossa vida dá certo quando ele está presente, porque estamos em contato com o nosso centro que reúne as partes contraditórias de nossa alma” (Anselm Grun – Jesus, porta para a vida – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite