Domingo da Ressurreição do Senhor.

(At 10,34.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9)

1. Nosso domingo de Páscoa é uma extensão da celebração da nossa vigília Pascal. Temos o testemunho de Pedro, de um novo Pedro, perdoado e confiante que Deus fará o mesmo a quem nele crê.

2. Paulo nos lembra que pelo batismo participamos da ressurreição de Jesus e esse desejo de sermos um com Ele deve motivar as nossas escolhas: esforçais-vos por alcançar as coisas do alto. Somos lançados sempre mais para frente. A Páscoa da Ressurreição de Jesus é uma atitude de perseverança nessa vida nova a que somos chamados.

3. João nos fala desses movimentos de Madalena, de Pedro e dele mesmo nessa busca e interpretação dos sinais que o ressuscitado vai deixando ao longo do caminho, lembrando os movimentos da fé, das nossas buscas que nos trouxeram até aqui.

4. “Este é o dia que o Senhor fez para nós”, cantamos em nosso salmo. Um dia novo. Um dia que pode ser celebrado como a passagem do homem velho ao homem novo. É justamente essa a tradução mais comum do termo Páscoa: passagem. Cristo é esse nosso ‘passar’.

5. Em Cristo Jesus passamos de um estado de separação a uma relação de comunhão. De uma situação de morte à vida. Aquela pedra que fechava o nosso velho mundo, decrépito, sufocante, em que éramos prisioneiros, ele lança fora, para que saímos de nossas prisões.

6. Cristo hoje nos oferece o seu “dia”, um novo dia. Como se esse dia inaugurasse um mundo novo. A única recomendação é de que não voltemos atrás. Nem mesmo para recuperar as nossas pobres bugigangas. Devemos cortar nossas relações com o velho, com o ódio, com as divisões.

7. Não devemos chorar sobre o nosso calendário, mas deixar-se mover pelo de Cristo, habituar-nos à luz, ao amor, à liberdade. Somos chamados a recomeçar. Esvaziar-se dos velhos hábitos, para ser uma nova criatura. Como se fossemos um principiante nesses caminhos novos que o Senhor nos propõe.

8. Esse é o convite cantado ontem e hoje também: “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura. As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo”. Este é o dia que o senhor fez para nós. Alegremo-nos e nele exultemos!


Pe. João Bosco Vieira Leite