Sexta, 28 de abril de 2023

(At 9,1-20; Sl 116[117]; Jo 6,52-59) 3ª Semana da Páscoa.

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” Jo 6,56.

“O ensinamento de Jesus quanto a comer sua carne e beber seu sangue foi de difícil entendimento, tanto para os seus discípulos quanto para os seus adversários. O perigo principal consistiu em tomar as suas palavras em sentido puramente material, numa evidente deturpação do seu real significado. Acostumados a celebrar a Eucaristia, as comunidades cristãs interpretavam as palavras do Mestre num contexto de fé, entendendo-as no sentido espiritual de comunhão com Jesus, simbolizado no pão e no vinho consagrados. Os verbos comer e beber apontam para a experiência de assimilação de Jesus – sua pessoa e seu projeto de vida – por parte dos discípulos. Assim como o alimento e a bebida ao serem ingeridos, passam a fazer parte do corpo físico de quem os consumiu, o mesmo deve acontecer com quem adere a Jesus. Toda a existência do discípulo tende a ficar permeada pelo Senhor, com o qual entrou em comunhão. Os Vocábulos carne e sangue indicam a totalidade do ser humano. Receber o corpo e sangue do Senhor significa entrar em comunhão com tudo quanto ele é – sua humanidade e sua divindade – de forma que todo o ser do discípulo se deixe tomar por ele. É assim que o discípulo se alimenta em sua caminhada de encontro com o Pai. E assim alimentado, jamais desfalecerá pelo caminho. – Pai, que o corpo e sangue de teu Filho Jesus sejam alimento para a minha caminhada em busca de ti, de maneira que eu não venha a desfalecer pelo caminho (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).


Pe. João Bosco Vieira Leite