Quarta, 12 de abril e 2023

(At 3,1-10; Sl 104[105]; Lc 24,13-35) 

Oitava de Páscoa.

“E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele” Lc 24,27.

“Jesus explica aos dois viandantes toda a Sagrada Escritura. Mostra-lhes que morte e ressurreição são o compêndio da Bíblia inteira. Isso não significa apenas que a morte e a ressurreição de Jesus foram preditas em muitos versículos bíblicos. Lucas entende antes que no mistério da morte e ressurreição de Jesus toda mensagem bíblica pode ser resumida. Todas as palavras sobre o Deus que redime e salva, sobre o Deus que nos tira da fossa, que liberta o povo escravizado, que nos salva da aflição, tudo isso se cumpre na morte e ressurreição de Jesus: não existe nada de que Deus não possa nos salvar. A Jesus, Deus suscitou dentre os mortos. Assim ele há de livrar-nos também: de toda escuridão para a luz, do sepulcro para a vida, da rigidez para a vivacidade, da prisão para a liberdade, da cegueira para a visão, da paralisia para o caminhar, da frieza da lei para o amor. Na ressurreição de Jesus revela-se para Lucas o sentido da Sagrada Escritura. É só agora que ele reconhecesse o que significam as palavras consoladoras de Isaías: ‘Se passares através das águas, contigo estarei; através dos rios, não te submergirão. Andando no meio do fogo, não te queimarás; chama nenhuma te calcinará. Pois eu, Javé, sou teu Deus; eu, o Santo de Israel, sou teu Salvador’ (Is 43,2s). Não há mais escuridão nenhuma em que não penetre a luz pascal, não há mais sepulcro em que já não se mexa a vida” (Anselm Grüm – Jesus, modelo do ser humano – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite