(Est 4,17; Sl 137[138]; Mt 7,7-12) 1ª Semana da Quaresma.
“Tudo quanto quereis
que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os
Profetas” Mt 7,12.
“No relacionamento
com o próximo, os discípulos de Jesus devem pautar-se por um preceito
fundamental: ‘Tudo o que vocês desejam que os outros lhes façam, façam vocês
também a eles’. Norma formidável para quem deseja relacionar-se, de modo
conveniente, com seus semelhantes. A tradição dos rabinos conhecia uma sentença
análoga, com a diferença de ser formulada em forma negativa: ‘O que vos parece
odioso, não o façais a vosso próximo. Eis a Lei! Tudo mais é apenas explicação:
Ide e aprendei’. Os discípulos foram instruídos a buscar em si próprios – em
suas necessidades e em seus anseios – a regra conveniente de conduta.
Dispensam-se as recompensas e os reconhecimentos. A ação flui na mais absoluta
gratuidade, na qual o discípulo encontra a alegria e se sente recompensado.
Dispensam-se, também, os legalismos casuístas e as restrições. O critério da
ação está no coração de quem faz o bem ao próximo. Alguém poderia objetar que
este critério é perigoso, podendo gerar uma forma velada de egoísmo, no qual o
indivíduo reduz o próximo a seus esquemas mesquinhos. Este preceito, porém,
deverá ser entendido junto com o que Jesus ensinou mais adiante: ‘Sede
perfeitos, como o Pai celeste é perfeito’. O verdadeiro discípulo tende a
largar o seu coração para torna-lo grande como o coração do Pai. – Pai,
dá-me um coração grande, capaz de demonstrar um amor imenso ao meu semelhante,
na total gratuidade e sem interpor restrições” (Pe. Jaldemir
Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] -
Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite